| 18/02/2009 15h30min
Na primeira reunião de monitoramento do comércio bilateral Brasil-Rússia, terminada nessa terça, dia 17, em Moscou, representantes dos dois governos discutiram a meta comum de se alcançar US$ 10 bilhões no fluxo comercial, até 2010; temas ligados à agricultura; investimentos e a necessidade de se intensificar as atividades na área de turismo, dentre outros assuntos.
Coordenada pelo secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Ivan Ramalho, a delegação brasileira teve a participação de representantes do Ministério das Relações Exteriores (MRE), Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) - secretário de Relações Internacionais do Agronegócio, Célio Porto -, além de outros órgãos do governo. A delegação brasileira se encontrou com o vice-ministro de Desenvolvimento Econômico (MDE) russo, Andrey Klepach. O órgão é o responsável pelos estudos e distribuição das cotas de carnes utilizadas por exportadores brasileiros e a fixação de imposto de importação intra e extracota.
Na questão das carnes, foi solicitada a revisão das cotas brasileiras de aves e suínos, já que na distribuição que está em vigor o Brasil considera-se prejudicado. O governo Russo informou que o atual sistema de cotas deixará de vigorar em 1º de janeiro de 2010 e que o novo regime deverá ser definido até junho deste ano.
Segundo Ivan Ramalho, o assunto provavelmente voltará a ser discutido em abril próximo, quando o MDIC deve realizar, em data a ser definida, a primeira reunião de comércio bilateral com o Uzbequistão e o Cazaquistão.
Por estarem próximos à Rússia, a delegação brasileira poderia aproveitar a estada nesses países para voltar a se reunião com os russos. Durante o encontro, os brasileiros destacaram o interesse em realizar reuniões mais freqüentes com os russos e a elaboração de uma agenda comum, com ênfase em produtos que tenham grande potencial de crescimento comercial, dentre os quais carnes e cereais. Os russos destacaram que, para eles, há grande interesse em discutir o aumento do comércio nas áreas energética e aeroespacial.
Os membros do governo brasileiro ainda se encontraram com o vice-ministro da Agricultura da Rússia, Nicolay Arhipov, que destacou a preocupação do país em diminuir o déficit comercial no agronegócio, com o Brasil. De acordo com ele, há interesse dos russos em exportar trigo para o Brasil e importar soja brasileira. O vice-ministro informou, ainda, que o ministro da Agricultura da Rússia visitará o Brasil, de 29 de abril a 1º de maio, acompanhado de empresários do setor de agronegócio.
Em 2008, as exportações brasileiras para a Rússia somaram US$ 4,7 bilhões, o que representou aumento de 24,4% sobre 2007, quando as vendas externas para o país totalizaram US$ 3,7 bilhões. As exportações brasileiras para a Rússia representaram 2,4% das vendas totais no último ano. No mesmo comparativo, as importações brasileiras provenientes da Rússia totalizaram US$ 3,3 bilhões, representando aumento de 94,9% em relação ao ano anterior, quando as aquisições brasileiras de produtos russos somaram US$ 1,7 bilhão.
As transações comerciais com a Rússia, em 2008, apresentaram superávit de US$ 1,3 bilhão, favorável ao Brasil, e corrente de comércio de US$ 8 bilhões, 46,5% acima da registrada em 2007. No acumulado de 2008, o país se posicionou na décima colocação dentre os países compradores de produtos brasileiros, duas posições acima da registrada no mesmo período do ano anterior. Entre os países fornecedores de produtos ao Brasil, a Rússia ocupou a 13ª posição, cinco acima da ocupada em 2007.
Levantamento da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do MDIC mostra que os produtos brasileiros com mais potencial de exportação para a Rússia são: carne bovina, carne suína, carne de frango, queijos não fundidos, bananas, laranjas, maças, óleo de soja, cacau, chocolates, fumo em folha, medicamentos e misturas de substâncias odoríferas. Entre os itens russos mais propensos à importação brasileira estão: óleos combustíveis, níquel em formas brutas, carvão, adubos e fertilizantes, celulose, siderúrgicos, papel, peixes congelados, borracha sintética, amoníaco, válvulas e torneiras, obras de titânio, polímeros e hidrocarbonetos cíclicos. Com informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
AGÊNCIA SAFRAS