| 18/02/2009 09h33min
Embora saiba da importância do abastecimento interno, para o qual destina boa parte da produção, o setor avícola do Paraná reconhece a necessidade de um ajuste de produção para que não haja uma super oferta de carne de frango.
– Hoje o Brasil é o quarto país no ranking de consumo per capita no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, Venezuela e Malásia. Mesmo assim, estamos trabalhando para afastar a possibilidade de crise sobre esse importante setor do agronegócio brasileiro, equilibrando a oferta e o consumo de frango no cenário interno – explica o presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Paraná (Sindiavipar), Domingos Martins.
Segundo ele, o setor vem enfrentando uma diminuição nas exportações de frango do Brasil, em virtude da crise econômica mundial, que traz como
consequência a falta de crédito para viabilizar os embarques.
– No último mês, a diminuição nas exportações foi de aproximadamente 50 milhões de cabeças de frango, uma demanda que fica para o consumo interno. Então, para equilibrar a oferta e a demanda, tanto no cenário externo quanto no interno, propomos um ajuste de produção – comenta.
Martins ressalta que, seguindo as recomendações da União Brasileira de
Avicultura, o Sindiavipar reduziu em 20% o alojamento de pintos, uma decisão que se iniciou em outubro do ano passado e que deve ser mantida até março deste ano.
– Agora, a nova determinação é para ampliar o ajuste de produção, numa recomendação nacional para se atingir um plantel máximo de 400 milhões de matrizes de produção. A estimativa é de que com esse ajuste da produção o Paraná diminua o abate de cabeças de frango em aproximadamente 12%, comparado à média mensal obtida no ano passado. Com a decisão, a produção de frango de corte do Paraná deve recuar para 90 a 95 milhões de cabeças nos próximos três meses, ficando abaixo da média mensal de 101,8 milhões – sinaliza.
O dirigente afirma que, mesmo com o ajuste de produção, o setor irá trabalhar com um crescimento planejado de 10% da avicultura paranaense em 2009.
– Esse referencial é fruto principalmente da ampliação de aviários, indústrias e estrutura de estocagem ocorrida nos últimos anos pelo setor. A meta de crescimento de 10% nas vendas externas para o Paraná em 2009 é o dobro da projetada pela Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango (Abef) para o Brasil. Para atingir esse objetivo, a principal aposta paranaense é a ampliação de negócios com mercados já consolidados e a conquista de novos mercados consumidores – prospecta Domingos Martins.
AGÊNCIA SAFRAS