| 03/02/2009 19h59min
Depois da eleição dos novos presidentes da Câmara e do Senado, o Congresso Nacional voltou ao trabalho. Projetos polêmicos de interesse do agronegócio como o código florestal e a lei do trabalho escravo devem entrar na pauta de votações ainda este ano.
A primeira atividade do dia foi a entrevista coletiva do novo presidente da Câmara dos Deputados. Michel Temer disse que vai criar um calendário para colocar em votação projetos polêmicos. Ele pretende também cortar gastos e reunir, uma vez por mês, os representantes das comissões.
Para a comissão de Agricultura da Câmara, essas reuniões podem aproximar os outros deputados de temas importantes, já que o setor representa 35% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Este ano, o grande objetivo da bancada ruralista é conseguir crédito para o campo, sem depender de bancos.
– Precisamos melhorar a renda do produtor rural, permitir que volte a se capitalizar para cada vez depender menos de bancos e do governo. Essa será a nossa grande bandeira – adiantou o presidente da comissão, deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS).
Para os ruralistas, o novo código florestal ainda tem que ser muito discutido, pois o setor pode ser prejudicado se o texto for aprovado como está. Mas de acordo com o presidente da comissão de Meio Ambiente na Câmara, o projeto não entrou em votação no ano passado por falta de vontade política da antiga mesa diretora. Como Michel Temer disse que agora o tema volta ao plenário, ele espera a aprovação, mesmo que ambientalistas e ruralistas não cheguem a um acordo.
– Não ter a disciplina é que acaba trazendo prejuízos enormes para o país. Não tenho a ilusão de que possamos ter um texto que um ou outro grupo comemore como sendo o ideal, mas acho que podemos avançar e melhorar, pois já amadurecemos para isso – aposta o deputado André de Paula (DEM-PE).
Para o senador Neuto de Conto (PMDB-SC), que preside a comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado, é preciso pensar na atividade agrícola como a grande saída para o Brasil voltar a exportar, em meio à crise mundial.
– Criar as normas para o uso da floresta brasileira, sua preservação, seu replantio e, principalmente, a dar segurança ao homem que vive do campo, para que continue a produzir tendo mercado para vender – acrescentou.
CANAL RURAL