| 27/01/2009 16h57min
Milhares de pessoas lançaram um grito de socorro em nome da Amazônia, na primeira das diversas atividades do Fórum Social Mundial, que começa nesta terça-feira em Belém. Recebidos por uma multidão, cerca de 1,5 mil índios e ativistas de grupos ambientalistas que participam do encontro contra a globalização se reuniram no campus da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) para formar a frase "Salvem a Amazônia".
Índios do Brasil, Bolívia e Peru se juntaram no ato com ativistas da América Latina e Europa, a maioria dos participantes do Fórum Social Mundial.
A índia aimara boliviana Viviana Lima, que viajou de La Paz a Belém para o encontro, disse à Agência Efe que o ato era também "uma homenagem à Pachamama", como os índios do Planalto chamam a "Mãe Terra".
— Viemos ao fórum para que todos possam escutar a voz dos povos indígenas, que não querem ver suas terras e suas águas transformadas em mercadorias — apontou.
O ato,
fotografado de dois helicópteros que sobrevoavam o
campus da UFRA, foi organizado por líderes indígenas e grupos ambientalistas americanos e europeus, como a Amazon Watch, Amazon Alliance, Rainforest Action Network e o SpectralQ.
Segundo a Amazon Watch, a intenção foi "chamar a atenção sobre o aumento do problema ecológico e social das selvas amazônicas".
Desmatamento
Em comunicado, a ONG afirmou que a Amazônia está "sob uma ameaça grave pela expansão industrial, agrícola e urbana, e se aproxima rapidamente de um ponto crucial".
"Quase um quinto da floresta amazônica foi desflorestada nas últimas quatro décadas, e a cada ano, entre 11 mil e 27 mil quilômetros quadrados de florestas são destruídos", disse a Amazon Watch.
Além disso, a ONG indicou que "se os planos de desenvolvimento para a Amazônia continuarem sem controle, esta região primordial para a estabilidade climática, estará à beira de uma permanente ruína ecológica em um
período de 10 a 20 anos, o que vai acelerar o processo de reaquecimento
global".
O Fórum Social Mundial, que começará formalmente hoje com uma grande manifestação pela paz e a Justiça social, terá este ano um forte conteúdo ambiental.
Ato, fotografado de dois helicópteros que sobrevoavam o campus da UFRA, foi organizado por líderes indígenas e grupos ambientalistas americanos e europeus
Foto:
Lou Dematteis, EFE