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 | 22/01/2009 10h26min

Empresários e sindicalistas pedem agora menos spread

Redução na taxa de juros é considerada insuficiente para impulsionar economia

Ao mesmo tempo em que apoiaram a queda de 1 ponto porcentual na taxa básica de juros (Selic), empresários e sindicalistas reclamaram que o Banco Central poderia ter ido além, diante da crise econômica considerada grave.

O presidente da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio/SP), Abram Szajman, disse que, finalmente, o BC compreendeu a gravidade da crise:
— Estamos clamando pela redução dos juros desde quando, no ano passado, ficou evidente que a inflação não ultrapassaria a meta e que a crise atingiria fortemente o Brasil — enfatizou.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) avaliou como "sensata e pragmática" a decisão do BC, mas destacou que só a queda da Selic não é suficiente. Para a entidade, "são necessárias medidas que levem à redução do spread bancário, de modo a promover redução mais expressiva do juro para o tomador de crédito". O spread é a diferença das taxas entre a captação dos recursos e a destinação final.

O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Jackson Schneider, acha que a queda sinaliza uma retomada de consumo, mas não consegue avaliar se a medida vai frear demissões no setor.
— É preciso ver como a redução chegará na ponta do varejo — observou

Humberto Barbato, da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), lembrou que a Selic é um mero sinalizador, lembrando que "resta saber o que os bancos farão".
— Poderemos ao menos amenizar o clima de catastrofismo dos últimos dias — analisou.

O presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique, defendeu a redução do spread bancário como "a próxima luta" para melhorar o acesso ao crédito e dinamizar a economia.
— A redução de 1 ponto é importante diante da crise, já que representa R$ 15 bilhões a menos em pagamento de juros — ressaltou o sindicalista. O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, classificou a queda de "tímida e insuficiente para impulsionar a economia".

Agência Estado

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