Time que estreia com goleada de 4 a 0 e lidera o campeonato precisa mudar alguma coisa? O exigente técnico Pintado sabe que sim. Depois de assistir atentamente ao vídeo do jogo contra o Atlético de Tubarão, o treinador identificou problemas no Figueirense.

Ele não mexeu nos titulares, mas trabalhou bastante a movimentação e o posicionamento da equipe e espera um desempenho melhor diante do Brusque, nesta quinta-feira, às 21h45min, no Estádio Augusto Bauer, no encerramento da segunda rodada do Catarinense.

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A defesa foi o primeiro setor a receber atenção do treinador, no trabalho tático realizado no CFT, em Palhoça. Com ordens como "não dá espaço", "não deixa girar", "eles não podem entrar na nossa área", Pintado parava o treino a todo instante para organizar o sistema defensivo. Tudo para não dar chance ao adversário de furar uma zaga que, por enquanto, está entre as "invictas" do campeonato.

— É bom começar o ano com números positivos, né, depois de tanta coisa negativa que aconteceu no ano passado — desabafou o goleiro Wilson, comandante de uma defesa que terminou 2008 com o inglório título de "a mais vazada" do Brasileiro; no ano todo, o time sofreu 86 gols (13 no Estadual e 73 no Brasileiro).

Se nas mãos de Wilson está a última barreira, é sobre os pés do jovem Michel Schmöller que recai a tarefa de proteger a defesa e não permitir que ela seja vulnerável como no ano passado. E se diz pronto para o desafio.

— Estou me readaptando, ainda, à função de volante. É um pouco complicado no começo, mas o Pintado está me orientando com relação ao posicionamento — garantiu Schmöller.

Figueira vai jogar de forma ofensiva

Depois de ajustar a defesa, Pintado trabalhou a evolução ao ataque. Apesar dos quatro gols marcados na estreia, o treinador espera um desempenho melhor no jogo de hoje.

— Ainda não estou satisfeito com a equipe. Fomos felizes e soubemos aproveitar as oportunidades, mas analisando friamente os números, e depois assistindo ao vídeo, duas vezes, nós não fizemos uma boa partida. Demos muito espaço, temos algumas dificuldades, que são normais até certo ponto, por ser início de trabalho, e nós temos muito o que trabalhar — justificou.

Pintado prevê um jogo mais difícil do que foi o da estreia, mas quer o time "forçando o ritmo" e se impondo dentro da partida.

— Nossa equipe tem humildade de reconhecer que jogamos fora de casa, diante de uma boa equipe, mas em momento algum a gente vai ficar esperando, ou defendendo, nós temos que jogar como uma grande equipe que nós somos, com respeito ao adversário, com atenção, mas com personalidade também — ponderou.

Técnico Suca pode alterar meio-de-campo

O ponto conquistado diante do Avaí dentro da Ressacada foi comemorado, sim, mas já é passado. O Brusque está concentrado, agora, no duelo com o atual campeão estadual e o técnico Suca estuda uma mudança na equipe que enfrenta o Figueirense.

O treinador tem a filosofia de pensar em cada jogo individualmente, ou seja, a formação do time vai depender de como joga o adversário.

— A gente procura trabalhar em cima do próximo adversário. A situação de nós termos conseguido um bom resultado contra o Avaí é uma conseqüência do que a gente fez nos treinamentos para aquele jogo — explicou o treinador.

— Então, eu testei uma formação diferente, mas estou pensando, ainda, não defini ainda se vou mudar ou não, só vou definir na preleção, antes do jogo — revelou.

A alteração que Suca pode promover para o jogo contra o alvinegro da Capital é a entrada de Valdo no meio-de-campo, no lugar de Paulinho, uma alteração que aconteceu no decorrer do jogo com o Leão, na estreia das duas equipes no Estadual.

— O Valdo é um jogador que talvez tenha, até, menos movimentação do que o Paulinho, mas tem mais presença de área.

Apesar de manter o otimismo e de jogar em casa, o treinador espera dificuldades no jogo.

— Estamos otimistas, mas o Figueirense é uma equipe bem diferente, uma equipe qualificada, com jogadores que estavam disputando o Campeonato Brasileiro, outros que estão tentando se firmar na equipe. Então, talvez tenhamos uma dificuldade ainda maior do que tivemos diante do Avaí.