A expectativa de uma brusca redução na safra de trigo na Argentina, que teve queda de até 50%, não deve refletir imediatamente nos preços no Brasil.

A avaliação é do diretor presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Massas Alimentícias (Abima), Claudio Zanão. Para ele, a colheita mundial do segundo semestre de 2007, que representa 75% do total de trigo comercializado durante o ano, superou as expectativas e ainda vai garantir a oferta para a indústria durante algum tempo.

– Além disso, ao contrário da Argentina, as próximas safras no Brasil e em outros países que podem abastecer nosso mercado prometem ser boas – afirma Zanão.

Ele lembra que, tradicionalmente, no início do ano as vendas dos produtos derivados de trigo caem.

– Aumentar os preços agora agravaria ainda mais esse quadro desfavorável que as empresas já têm que enfrentar.

Apesar das perspectivas favoráveis, Zanão alerta que cuidados devem ser tomados para garantir o abastecimento ao longo do ano. É necessário oferecer crédito aos produtores e aos moinhos nacionais, além de garantir condições logísticas adequadas para o escoamento da safra.