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 | 14/01/2009 19h18min

Preço do tomate subiu cerca de 100% para o consumidor final em 2008

Produtores reclamam que valor recebido não aumenta há 10 anos

Renata Maron, São Paulo (SP)  |  reportagem@canalrural.com.br

O preço do tomate teve alta de mais de 100% para o consumidor em 2008, divulgaram nesta quarta, dia 14, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Para os produtores que comercializam na Companhia de Entreposto e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), maior central de abastecimento do país, os preços não sobem há uma década. O que aumentou no período foi o custo de produção.

As pesquisas apontam que o tomate foi o vilão da inflação em 2008. De acordo com o IBGE, o preço do produto acumulou alta de 108% para o consumidor final. A pesquisa da FGV revela um crescimento ainda maior, de 110%.

Mas os produtores de tomate que vendem para a Ceagesp não concordam com essas pesquisas. Conforme os agricultores, há 10 anos o preço do tomate era mais alto do que o praticado hoje no mercado. Outra reclamação é que as pesquisas não mostram como o custo de produção ficou elevado em uma década.

– Uma tonelada de adubo custava R$ 200 e hoje está em torno de R$ 1,3 mil – conta o produtor José Luiz Batista, que cultiva tomate há 15 anos na região sul de São Paulo.

Além da alta dos adubos, ele também lembra que houve problemas com o clima no último trimestre do ano passado. Com as fortes chuvas, estima-se que no período foram perdidos cinco milhões de pés de tomate. A caixa do fruto, que chegou a custar R$ 15 no meio do ano passado, hoje chega a R$ 40. Geralmente os preços altos contentam os produtores, mas eles dizem que a oscilação atrapalha toda a cadeia produtiva.

– Esperamos que essa lei de oferta e procura seja reformulada e que se encontre um caminho comum no qual não haja picos de preço e nem tenhamos que vender o produto tão barato. Às vezes não compensa nem tirar da propriedade – diz Batista.

Ciro Takamori, que também comercializa tomate na Ceagesp, está satisfeito com os preços. O agricultor consegue cobrir o custo e ainda lucrar. A preocupação dele é com as adversidades climáticas.

– Numa época de chuvas como agora a produção cai muito. O preço está alto mais se colhe a metade da produção – justifica

O economista da companhia, Flávio Godas, credita que a partir da metade do mês de março os preços vão cair um pouco.

– Esperamos equilíbrio em 2009, e que o produtor saia satisfeito e o consumidor também não sofra com o preço.

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