| 09/01/2009 14h47min
O ano de 2008 foi excelente para o Brasil no comércio internacional do agronegócio. As exportações do setor totalizaram a marca histórica de US$ 71,9 bilhões, um acréscimo de US$ 13,4 bilhões em relação a 2007, que corresponde a 23% de crescimento. O superávit da balança comercial do agronegócio também registrou recorde, alcançando a cifra de US$ 60 bilhões. A participação do setor nas exportações totais brasileiras foi de 36,3%.
O bom desempenho das exportações em 2008 foi resultado do aumento da receita com a venda dos principais produtos da balança comercial do agronegócio. O complexo soja (óleo, farelo e grão) registrou crescimento de 58%; o setor de carnes, 29%; café, 22%; fumo e seus produtos, 22%; complexo sucroalcooleiro, 18%; e produtos florestais, 6%. O complexo soja continua na liderança das vendas com US$ 18 bilhões. Em segundo lugar, permaneceram as carnes alcançando o valor de US$ 14,5 bilhões. Em 2007, o valor das vendas desses setores (soja e carnes) já tinha ultrapassado a casa dos US$ 10 bilhões. No ano passado, as exportação encostaram em US$ 20 bilhões.
Merece destaque o incremento de 80% do valor das exportações de produtos lácteos que saltou de US$ 299 milhões, em 2007, para US$ 541 milhões no ano passado. As vendas externas brasileiras foram beneficiadas pelo aumento dos preços no mercado internacional. Além disso, muitos produtos registraram acréscimo dos volumes embarcados em relação a 2007, como, por exemplo, o álcool (45%) e os lácteos (43%).
Também registraram crescimento expressivo o mel, devido à retomada das vendas à União Européia (UE), os animais vivos e rações. Os produtos de origem vegetal responderam por 72,8% da pauta exportadora do agronegócio, praticamente a mesma proporção em 2007, quando corresponderam por 72,3% das exportações.
Principais destinos
As vendas externas apresentaram índices positivos de crescimento para todos os blocos econômicos de destino das exportações, com exceção do Tratado Norte Americano de Livre Comércio (Nafta). Para a União Européia (EU), as exportações aumentaram 13,8%; Mercosul, 21%, Oriente Médio, 8,5%; Europa Oriental, 28%; e África 27%. Os maiores crescimentos foram registrados com os países da Associação Latino Americana de Desenvolvimento e Intercâmbio (Aladi), 63%, e Ásia, 49%. A UE manteve a maior participação comprando 33% dos produtos nacionais do agronegócio, seguida pela Ásia, 23,5% e o Nafta, 10%.
Devido ao forte crescimento das exportações para a China (70%), este país passou a ocupar a primeira posição no ranking dos mercados compradores de produtos do agronegócio brasileiro, absorvendo isoladamente 11% das exportações que continuam muito concentradas em soja, em torno de 77,6%. Em segundo lugar estão os Países Baixos, com 9% de participação, e os Estados Unidos, em terceiro, com 8,7%. Em apenas um ano, a China saiu da terceira para a primeira posição. Vale ressaltar, também, o forte crescimento (112%) das exportações para a Venezuela que pulou da 15ª posição do ranking, em 2007, para 9ª no ano passado.
Importações
O Brasil importou em produtos do agronegócio 35,6% a mais em 2008, na comparação com ano anterior, totalizando US$ 11,8 bilhões. É a primeira vez que as importações de produtos agrícolas ultrapassam a barreira do US$ 10 bilhões. O produto com maior valor importado foi o trigo, com US$ 1,9 bilhão, valor 34,6% superior ao número de 2007. Esse resultado foi consequência do preço elevado (48%) do trigo no mercado internacional, já que a quantidade importada foi 9% inferior. As importações de arroz (38%) e milho (30%) também apresentaram redução do volume importado.
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO