Viviane Cardoso, Brasília (DF)  |  reportagem@canalrural.com.br

O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio deve encerrar o ano em R$ 698 bilhões, o que representaria um aumento de 8,62% em relação ao ano passado. Apesar do crescimento expressivo, o setor estima desempenho menor em 2009. Ao contrário da Conab, que prevê uma safra 5% menor no ano que vem, a Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) estima que a produção de grãos cairá 10% em relação a este ano. 

Para o produtor rural 2008 foi um ano de contrastes, marcado por fortes oscilações nos preços dos produtos e elevados custos de produção. Apesar do clima que castigou algumas regiões do país, a safra de grãos foi recorde (143, 8milhões de toneladas).

A expectativa de desempenho do PIB está baseada nos insumos e na produção primária.  O agronegócio agricultura cresceu 7,33%. Já a pecuária teve um desempenho ainda melhor: 8,06% . Mas as perspectivas para 2009 não são nada otimistas. Estimativa divulgada pela CNA mostra que as vendas de fertilizantes caíram 2% em relação ao ano passado. A previsão é de queda da área plantada na safrinha de milho e dificuldades de comercialização. Com custos cada vez mais elevados, a rentabilidade do produtor deve ficar ainda mais comprometida.

– Até dezembro quase 50% da soja verde já teria sido comercializada, mas até agora só 18% do produto foi vendido. Nossa preocupação é que todo esse volume deverá chegar ao mês de março por ser comercializado e derrubando o preço – disse a presidente da CNA, Kátia Abreu. 

Para evitar mais perdas no campo, a CNA defende a reestruturação da política de crédito rural, que vai exigir do produtor, mais transparência dos compromissos assumidos junto aos bancos e do governo, subvenção da produção para assegurar os preços, como já ocorre nos países desenvolvidos.

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