Atualizada em 07/11/2008 às 10h11min Diogo Olivier, Enviado Especial, Buenos Aires  |  diogo.olivier@zerohora.com.br

Enfim, o Inter eliminou o Boca Juniors. E ganhando os dois jogos. No 2 a 0 de Porto Alegre e nesta quinta-feira, no 2 a 1, gols de Magrão e Alex. Mais ainda: ficou com a vaga na semifinal da Sul-Americana dentro da mítica Bombonera, que foi murchando até silenciar. Quer mais? Teve até “olé” dos mil colorados que foram à capital argentina.

O adversário é o Chivas Guadalajara, do México, que eliminou o River Plate. As partidas serão nos dias 12 e 19, fora e no Beira-Rio, respectivamente.

Assista aos gols da partida

D'Alessandro mostra como se joga na Bombonera

Mesmo contra os reservas, o Inter fez história. Venceu como se exigia. E o fez porque tudo saiu rigorosamente como o desenhado na prancheta de Tite, municiado pelas informações do auxiliar Cleber Xavier.

Até demais, beirando o folclore, por parte do Boca. Imaginava-se que o recurso da bola aérea fosse ser explorado, mas não como única alternativa de ataque. Até 10 minutos do primeiro tempo, foram sete levantamentos.

Para se ter idéia, todos os zagueiros de vermelho já haviam espanado algo de cabeça a essa altura. Sem falar em Lauro, que saiu do gol e segurou firme, mesmo trombando com Figueroa. Sete bolas alçadas em 10 minutos, uma estatística recorde. E seguiu assim até o intervalo, com pequenas variações, de qualquer lugar no campo. Houve levantamento, inclusive, em falta quase da risca do meio-campo. Sempre buscando Figueroa, pelo alto.

Como a zaga do Inter tirava tudo por cima, a Bombonera murchou. Nunca parou de rugir, é verdade, mas os cânticos terminaram reduzidos a alguns cantos do estádio. Trocando passes, o Inter conteve a pressão. Guiñazu foi o melhor, defendendo e chegando à frente. Magrão, Alex e D’Alessandro, mesmo desarmado algumas vezes, impediram o bombardeio iminente.

As chances de gol do Boca vieram só do meio para o fim do primeiro tempo, sempre em cruzamentos. Figueroa, de cabeça, aos 5, por cima, e Gonzalez, após escanteio, em defesa salvadora de Lauro com os pés. Então, o destino sorriu para o Inter.

No intervalo, o técnico do Boca tirou o volante Neri Cardozo e arriscou: colocou Viatri, um atacante. Logo no primeiro contra-ataque, a um minuto, Nilmar escapou pela direita e, do fundo, cruzou. Magrão, de surpresa, entrou livre como centroavante e fez 1 a 0, com pé direito. A bola ainda bateu no travessão.

A Bombonera se calou.

Mas tornou a berrar quando Riquelme entrou, logo em seguida, atirando o Boca ao tudo ou nada. E incendiou quando ele converteu o pênalti de Edinho, a 11 minutos. O Inter sentiu o gol. Por alguns minutos, passou a dar balões e possibilitou a pressão do Boca. Lauro, na seqüência, fez duas defesas. Riquelme passou a distribuir o jogo. Mas o contra-ataque era do Inter. E num deles ele matou o jogo. D’Alessandro encontrou Alex livre na área. Esse só desviou, de leve: 2 a 1, a 26 minutos.

Logo em seguida, falta para Riquelme cobrar da meia lua da grande área. E agora? Pois não é que Lauro defendeu no chão e consolidou uma atuação de luxo?

Agora, o Inter já pode contar que, um dia, dobrou o Boca Juniors.

Na Bombonera.

Sul-Americana, quartas, 6/11/2008 (volta)
Gols: Magrão (I), a 1min45s, Riquelme (B), de pênalti, aos 11min, e Alex (I), aos 26min do segundo tempo
Cartões amarelos: Álvaro (I); Forlín, Munõz, Dátolo, Figueroa (B)
Expulsão: Forlín (B)
Arbitragem: Óscar Ruiz, auxiliado por Abraham González e Rafael Rivas (trio da COL)
Local: La Bombonera, em Buenos Aires (ARG)

BOCA JUNIORS (1)
Garcia; Barroso, Forlín, Muñoz e Calvo; Neri Cardozo (Viatri, int.), Alvaro González, Gaitán (Dátolo, 8'/2º), Gracián (Riquelme, 8'/2º); Mouche e Figueroa.
Técnico: Carlos Ischia

INTER (2)
Lauro; Bolívar, Índio, Álvaro e Marcão; Edinho, Magrão (Rosinei, 44'/2º), Guiñazu, D'Alessandro (Gustavo Nery, 31'/2º); Alex e Nilmar.
Técnico: Tite

PRÓXIMO JOGO — BRASILEIRÃO
DOMINGO, 9/11/2008, 19h10min
INTER x IPATINGA