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 | 23/10/2008 13h12min

Crise pode derrubar 20 milhões de empregos até 2009, afirma diretor da OIT

Para Juan Somavía, reversão dos efeitos do cenário financeiro mundial passam por restabelecer crédito e a apoiar os mais vulneráveis

A crise financeira pode levar à perda de 20 milhões de postos de trabalho no mundo todo até o final de 2009, ressaltou o diretor-geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), o chileno Juan Somavía, nesta quinta, dia 23. Ele advertiu que isso significaria superar pela primeira vez o número de 200 milhões de desempregados no mundo.

"Os trabalhadores pobres que vivem com menos de US$ 1 por dia poderiam aumentar em 40 milhões, e aqueles que vivem com US$ 2 diários em mais de 100 milhões", escreveu Somavía em artigo publicado em um dos principais jornais do Chile.

Diante deste panorama, o diretor-geral da OIT opinou que é necessário um plano de resgate econômico para os trabalhadores e a economia real, com "normas e políticas que gerem empregos decentes e empresas produtivas".

"A busca de uma maior regulação financeira e um sistema de vigilância mundial de pesos e contrapesos é um passo positivo, mas devemos ir à frente do sistema financeiro, pois esta não é só uma crise de Wall Street", assinalou Somavía.

De acordo com ele, os passos para reverter os efeitos da crise financeira mundial devem se encaminhar a restabelecer o crédito e a apoiar os mais vulneráveis.

"Isto abrange uma série de medidas, desde proteger a previdência, promover os seguros de desemprego e os sistemas de proteção social em geral, até brindar créditos às pequenas e médias empresas, que hoje em dia representam as principais fontes de trabalho", ressaltou o chileno.

Bússola moral

Segundo Juan Somavía são necessárias políticas públicas e regras contundentes e inteligentes que voltem a premiar o trabalho duro e as empresas, "já que o sistema financeiro atual perdeu sua bússola moral".

Ele destacou "a importância de encarar os desafios que existiam previamente à crise, como a pobreza em massa, a elevada desigualdade social, a alta incidência do trabalho informal e o trabalho precário".

"Um processo de globalização que tinha gerado grandes lucros, mas que para muitos se tinha tornado desequilibrado, injusto e insustentável", resumiu.

AGÊNCIA EFE

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