| 13/10/2008 03h37min
Só 92,59% de aproveitamento nas últimas nove rodadas, ou seja, 25 pontos em 27 colocariam o Inter no quarto lugar do Brasileirão, que leva à Libertadores. Mas o arrastado 1 a 1 contra o Goiás, no sábado, é mais realista: deixa como destino apenas a Copa Sul-Americana e direciona as atenções para o jogo contra o Boca, dia 22, no Beira-Rio.
No desembarque de ontem no Salgado Filho, os jogadores se agarraram à matemática para garantir que ainda há algo a fazer neste Brasileirão. O discurso, porém, teve jeito de formalidade, especialmente pela distância de nove pontos para o São Paulo, quarto colocado.
O comportamento também deu indícios de que a retórica tem como alvo a torcida. Ninguém sorriu na chegada, à exceção dos requisitados para fotos com torcedores. Mais: houve quem tentou deixar o saguão o mais rápido possível, como Daniel Carvalho. No sábado, ele não aproveitou a reivindicada chance como titular. Ficou 83 minutos em campo, fez dois lançamentos e atuou
mais como meia do que de
atacante.
Daniel, de certa forma, representou a apatia do time. Postura negada por Tite, que gostou do que viu em Goiânia — só lamentou a situação na tabela. Nilmar reclamou do 1 a 1 ao lembrar que o Goiás também necessitava vencer:
— Perdemos dois pontos lá.
A autocrítica do atacante encontrou eco em Lauro, cuja estréia foi segura. O goleiro vê como chance única de chegar à Libertadores encarreirar quatro vitórias a partir de sábado, contra o Atlético-PR.
Ninguém fala abertamente em desistir do Brasileirão e se concentrar na Sul-Americana. Nos bastidores, porém, a necessidade de ganhar todas aparece como inatingível. Prova disso, o vice de futebol Giovanni Luigi evita projetar o final do campeonato:
— O Inter trabalha com o mesmo foco a cada partida: olhando os três pontos.