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 | 03/10/2008 15h16min

Presidente da Sociedade Rural Brasileira diz que crise norte-americana deve afetar agricultura brasileira

Para Cesário Ramalho, esta é uma das mais graves crises da história

O presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Cesário Ramalho da Silva, afirma que provavelmente o setor do agronegócio vai enfrentar dificuldades como efeito da crise financeira norte-americana. Na sua avaliação, "é uma das mais graves crises da história" que não afetará apenas a agricultura como também outros setores vitais para o desenvolvimento da economia como a produção e venda de veículos.

De acordo com Ramalho, as recentes medidas do Banco Central que facilitaram as operações de crédito no país ajudaram a agilizar a liberação de recursos referentes aos contratos de crédito rural pelo Banco do Brasil. Ele afirmou, no entanto, que mesmo antes da crise desencadeada nos Estados Unidos, o setor já vinha com problemas de endividamento e escassez de recursos.

Para o presidente da instituição, o plano anunciado pelo governo federal de um aporte para a próxima safra de R$ 65 bilhões para as empresas e outros R$ 13 bilhões para a agricultura familiar vai estimular o setor, mas não atende a todas as necessidades dos agricultores.

Com a comercialização globalizada e o Brasil detendo 30% do Produto Interno Bruto (PIB) agrícola comercializado internacionalmente, o representante do setor prevê desaceleração do consumo mundial. Ele explicou que a fuga dos investidores em commodities (produtos com cotações no mercado mundial) para outras opções mais seguras, implica  prejuízos das operações com as trading, que são fontes de financiamento de fertilizantes, sementes e adubos.

A turbulência no mercado mundial foi acentuada após o pedido de concordata do banco de investimentos dos Estados Unidos, Lehman Brothers, e a negociação de compra do Merril Lynch pelo Bank Of America, seguradora AIG, no início da segunda quinzena do mês passado.

Para Ramalho, o plano proposto pelo governo norte-americano de injetar US$ 700 bilhões nas instituições financeiras surgiu como para “contemporizar, diminuir os efeitos de um incêndio ou impedir que o doente morra”, mas não será suficiente para conter a desaceleração mundial.

AGÊNCIA BRASIL

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