| 02/10/2008 12h11min
A crise financeira ainda está longe de acabar, mas deverá produzir um sistema financeiro bem mais sólido. É a avaliação da agência de classificação de risco Standard and Poor’s.
De acordo com a companhia, a crise mundial é a pior dos últimos tempos e a indústria financeira deve enfrentar o que classifica como cortina de fumaça. Mas, no final, as conseqüências serão positivas, com um sistema mais eficiente e mais bem fiscalizado.
Os investidores deverão estar menos dispostos a correr riscos. Com isso, os bancos podem assumir políticas financeiras mais agressivas para se proteger de colapsos. Regras contábeis poderão mudar e tornar mais complexa a divulgação de informações econômico-financeiras.
A Standard and Poor’s avalia ainda que as medidas regulatórias do sistema financeiro podem se tornar mais conservadoras e a participação do setor na economia, diminuir. A alavancagem deve ser menor e reduzir as expectativas de lucros dos bancos.
Enquanto a crise não termina, a Bolsa de Valores de São Paulo registra perdas de mais de R$ 500 bilhões, de acordo com dados da Economática. Em entrevista ao Agribusiness Online, nesta quinta, dia 2, o analista Edson Hidalgo Júnior afirmou que o cenário ainda é assustador, mas ressaltou que a forte queda bolsa brasileira é um ajuste em relação ao cenário externo.
– A queda está acentuada porque estamos corrigindo. Essa queda que começou no ano passado lá fora, começamos há quatro meses – disse ele.
Edson Hidalgo Junior disse a maior preocupação do Brasil em relação à crise está mesmo no sistema de crédito, mas destacou que os fundamentos da economia estão mais sólidos.
– Temos o Investment Grade, que o Brasil nunca teve. Melhorou os fundamentos do país. Os fundamentos do Brasil são bons. Não estamos sentindo ainda nenhum reflexo muito forte, a não ser o crédito. O crédito é o que mais me preocupa nesse momento.
Para o ano que vem, Edson Hidalgo Júnior acredita que a tendência é a de melhorias na movimentação no mercado de capitais do Brasil. Na avaliação dele, houve um forte aumento da base de investidores, principalmente de pessoa física. Se o pacote do governo americano de socorro ao sistema financeiro reduzir o temor do investidores, disse o analista, a situação pode melhorar.
– Aprovado esse pacote, se for aprovado na Câmara e cessar o medo do investidores, estamos em um nível de bolsa que não vejo abaixo disso. O cenário vai ficar volátil, mas acho que para o ano que vem a bolsa tende a melhorar.
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