O Brasil poderia utilizar parte das suas reservas em dólar, que, atualmente, estão US$ 205 bilhões, no mercado interno para socorrer o setor exportador. A avaliação é o economista Sidnei Nehme, que concedeu entrevista ao Mercado e Companhia nesta quarta, dia 1º. Na avaliação dele, a medida não é muito complicada e poderia até aumentar a rentabilidade das reservas do país.

– Pode utilizar parte dessas reservas, por meio de mecanismos rápidos, conceder linhas para os bancos. Com isso, eu acredito que, para as demanda de até 180 dias, o Brasil não deve ter dificuldades.

O maior problema para o governo, na avaliação do economista, é encontrar um meio para que a estratégia de linhas de crédito em dólar seja estimulada junto à rede bancária. Caso isso não ocorra, há o risco dessa oferta de crédito para exportação ficar concentrada em algumas instituições.

– Essas linhas precisam, de fato, migrar para toda a rede bancária que opera em câmbio – disse Nehme.

Crédito rural

No financiamento para a área agrícola, Sidnei Nehme sugeriu que o governo abrisse mão de parte dos depósitos compulsórios feitos pelos bancos. Desta forma, seria possível manter recursos em caixa para garantir a oferta de crédito para a safra.

– O crédito, de forma geral, vai sofrer uma retração, mas eu vejo isso nos bens de consumo. Para os pontos essenciais da economia, o governo tem condições de ter estratégias para suprir a falta de crédito.