| 30/09/2008 23h56min
Brasil e Venezuela reforçaram nesta terça-feira as relações bilaterais com a assinatura de sete novos acordos, inclusive um para a construção de uma siderúrgica, durante a reunião trimestral entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Hugo Chávez.
— O impacto de todos estes acordos na Venezuela é impressionante. Quero agradecer ao Brasil por sua cooperação desinteressada, que é inédita — afirmou Chávez em entrevista coletiva ao lado de Lula após a reunião em Manaus.
— Em um ano, avançamos muito em acordos que não ficaram apenas no papel — acrescentou Chávez.
Entre os acordos assinados hoje está um contrato para que a empresa Andrade Gutiérrez construa no estado venezuelano de Bolívar uma fábrica para a Siderúrgica Nacional da Venezuela com capacidade para produzir 1,5 milhão de toneladas de aço por ano.
Também foi assinado um termo de compromisso pelo qual a Petrobras e a Petróleos de Venezuela S/A (PDVSA) estabelecem as
condições para construir a refinaria binacional
Abreu Lima em Pernambuco.
Os dois países também concretizaram um memorando sobre modelos para financiar a construção de casas populares e um acordo para atualizar o regime de serviços aéreos entre as duas nações.
Os presidentes também firmaram um pacto para implementar um plano de complementação industrial, outro para reforçar uma proposta conjunta para desenvolver a plantação da soja na Venezuela e um memorando de cooperação agrícola familiar.
Ambos destacaram que os tratados permitem que a Venezuela, que sempre foi um país economicamente dependente de suas exportações de petróleo, utilize essa riqueza para investir na industrialização e na agricultura.
— Os acordos assinados mudarão a longo prazo a história econômica da Venezuela. Sempre pensamos que a riqueza do petróleo tinha que ser investida no desenvolvimento do país — disse Lula.
— Uma de nossas grandes dificuldades era o modelo econômico que nos
impuseram. Chegou a hora de transformar esse modelo monoprodutor
— afirmou Chávez.
O presidente brasileiro manifestou seu desejo de viajar para a Venezuela no próximo ano para assistir à primeira colheita de soja que será feita com a ajuda tecnológica brasileira.