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 | 22/09/2008 12h06min

Atraso em pesquisas e descuido dos produtores causaram avanço do greening, diz economista

Nem mesmo a recuparação das cotações no mercado aliviam impacto da praga no setor

O mercado de laranja conseguiu certa recuperação com a alta do dólar na última semana. Notícia que daria muitos motivos para os citricultores brasileiros comemorarem se a cotação da moeda americana fosse a única preocupação do setor.

No Brasil, a maior ameaça não está no mercado financeiro, mas nos próprios pomares. É o greening, doença que atinge mais de 130 cidades só no Estado de São Paulo. Em Araraquara, por exemplo, três milhões de pés de laranja estão contaminados. O próprio governo estadual veicula uma campanha na mídia para conscientizar os produtores sobre o combate à doença.

– As doenças, como o greening, vinham sendo identificadas nos pomares desde 2004. Nada havia sido feito. Agora que tomou proporções maiores, tem de erradicar as plantas, está afetando a oferta de laranja – explicou a economista Maria Flávia Tavares, nesta segunda-feira, dia 22.

Em entrevista ao Agribusiness Online, ela creditou o avanço do greening sobre o pomar citrícola a certo atraso nas pesquisas sobre a praga. De acordo com a economista Maria Flávia Tavares, os próprios produtores também não deram a devida atenção.

– Passa de propriedade para propriedade e isso acaba deixando difícil de erradicar. O greening acabou com plantações na China, África. Nos Estados Unidos já tem, só que eles têm pesquisas avançadíssimas lá. Mas aqui no Brasil, agora que o governo resolveu. O problema é grave.

Para dar uma idéia da gravidade do problema, Maria Flávia Tavares afirmou que pelo menos 20% da produção de laranja estão comprometidos em função do avanço do greening pelos pomares.

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