| 16/09/2008 07h09min
No primeiro dia de atividades da missão técnica da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul) ao Uruguai, produtores rurais e veterinários visitaram uma das unidades da Estância Ana Paula, em Aceguá (RS), e um dos frigoríficos dos mesmos donos em Melo, Departamento uruguaio de Cerro Largo.
Adeus, Brasil
O proprietário da Estância Ana Paula vendeu a propriedade que tinha em Bagé, no Rio Grande do Sul, em 2003, para uma empresa do ramo de celulose. Ernesto Corrêa desistiu de investir em terras brasileiras após uma série de invasões do MST e apostou na pecuária no país vizinho.
Fazenda modelo
As unidades da Ana Paula no Uruguai têm juntas 100 mil hectares. O rebanho chega a 90 mil cabeças de gado da raça angus. Dez mil são criadas em confinamento.
Segurança
Há três anos, o sistema de rastreabilidade é
obrigatório no rebanho uruguaio. Os animais usam brinco em uma orelha e um chip eletrônico
em outra. Mas o criador não paga nada para implantar o sistema. Tudo é financiado pelo governo.
Febre aftosa
O Uruguai é uma área livre de aftosa com vacinação, como o Rio Grande do Sul. Parte dos produtores defende que tudo continue como está. É o caso do presidente do frigorífico Pul, Miguel Gularte. Segundo ele, o país conseguirá ainda mais mercados com o atual status sanitário. Coréia e Japão, que não compram carne de áreas que vacinam os animais para ficar livre da doença, acabam de iniciar as negociações para importar carne uruguaia.
Frigoríficos
Trinta e dois frigoríficos uruguaios estão aptos a exportar carne. O maior mercado é a União Européia, para onde vão 35% dos abates. Depois aparece a Rússia, com 25%, e os Estados Unidos, com 13%. O Rio Grande do Sul, que possui quase o mesmo rebanho (13 milhões de cabeças contra 12 milhões do Uruguai), tem apenas um frigorífico que
manda carne para fora do país.