| 15/09/2008 12h26min
O mercado brasileiro de milho segue tendência contrária ao cenário mundial e acumula estoques. Os produtores, à espera de que os preços retornem aos patamares de julho, seguram a safra. Com isso, o estoque de passagem para o próximo ciclo deve ser alto, em torno de 5 milhões de toneladas, quase 10% da safra nacional.
Nos Estados Unidos, a situação é condicionada ao uso do cereal como matéria-prima para a produção de etanol, que distorceu as estimativas de produção e consumo. De acordo com o Departamento de Agricultura americano (USDA) a relação estoque/consumo é a menor da história, sinalizando um momento favorável para a comercialização.
O vice-presidente da Câmara de Milho e Soja da BM&FBovespa, Norberto Freund, confirmou o problema com o estoque brasileiro de milho, mas fez um ressalva.
– Foi uma escolha que o produtor teve. Mas é preciso saber quem está segurando estoque e onde está esse estoque. O mercado de milho é pulverizado, regionalizado – disse ele ao Agribusiness Online.
Freund defendeu que o mercado de milho seja pautado pro um regulamento estável, não utilizado, segundo ele, apenas em momentos de crise. Sobre a influência do etanol de milho americano, disse que o país só vai mudar de posição quando encontrar uma alternativa que substitua o petróleo de maneira tão eficaz quanto o combustível produzido a partir do cereal.
– Os Estados Unidos não querem ficar dependentes de regiões problemáticas, como o Oriente Médio, e procuram uma alternativa. Há o álcool de celulose sendo procurado. À medida que for encontrada uma solução mais barata, o etanol de milho será deixado de lado. Não podemos nos esquecer que foram feitos vultosos investimentos para produzir o etanol de milho.
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