Após a medalha de prata nos Jogos de Pequim, o técnico Bernardinho voltou a falar em dar seqüência ao trabalho que desenvolve na seleção masculina de vôlei depois do fim de seu segundo ciclo olímpico, de oito anos no comando do grupo.

Na entrevista depois da derrota na final para os EUA por 3 sets a 1, neste domingo, dia 24, ele não usou o tom de despedida.

— Por que não? É um momento de fazer um balanço. Não sou um homem de desisir fácil das coisas, eu gosto de desafios e há um desafio de reconstrução, de substituição de peças, de manter o time competitivo — disse, à Rede Globo. 

Bernardinho valorizou a medalha de prata e também lembrou de suas conquistas à frente da seleção brasileira:

— Não pode ser vista a derrota (na final) como um fracasso. Trabalhamos duro por oito anos, formamos um time competitivo, ganhamos uma medalha de ouro olímpica, uma prata, seis Ligas Mundiais, duas Copas do Mundo e um Pan-Americano.

— Minha tristeza, independente de eu ficar, vai ser perder o convívio com esses jogadores que eu aprendi a amar, a respeitar — complementou o técnico, ao falar das despedidas de Anderson e Gustavão da equipe.

O técnico ainda observou que o momento é de começar a construir o futuro:

— Após um ciclo único é importante que jovens assumam isso. Não devemos colocar pressão na nova geração, esperando que sejam substitutos de jogadores tão brilhantes, mas o Brasil tem tudo para continuar sendo competitivo.

Bernardinho também foi questionado sobre a atuação do levantador Marcelinho, já que ele não fez parte do grupo dourado de Atenas, que contava com Ricardinho e Maurício:

— O Marcelinho teve um ano fantástico. Foi medalha de prata olímpica, campeão da Copa do Mundo, campeão Pan-Americano, fez muito bem o que cabia a ele fazer. E, se as decisões foram tomadas, e se há alguém responsável por alguma mudança, sou eu. Ele foi uma peça importante, fez aquilo que poderia fazer. A ele vou dizer obrigado.