| 12/08/2008 13h33min
O setor de biodiesel encontra no Brasil uma janela de oportunidades, desde que haja competência. A avaliação é do diretor comercial da Agropalma, Marcello Brito, que participou co Congresso Brasileiro de Agribusines nesta terça, dia 12, em São Paulo. Em tom crítico, revelou, porém, insatisfação com a forma com que foi conduzido o programa brasileiro do combustível. Para ele, a iniciativa é "paternalista" e deveria ser mais regulada pelo mercado, como ocorre com o próprio setor de etanol.
– Quando um setor é regulado por "canetadas", não traz a transparência necessária, a segurança necessária para grandes investimentos.
Outro erro na condução do programa foi uma aceleração maior do que a capacidade de fornecimento de matéria-prima.
– Não precisaria ter começado tão fortemente como começou. Poderia ser feito passo-a-passo. Em uma primeira etapa, produzir biodiesel em alta tecnologia para substituir o diesel na geração de energia
elétrica. Em um segundo momento,
incentivar a utilização de na agricultura local, em tratores. Em um último momento, se expandiria para o consumo de caminhões, mas já com uma base formada, com uma estrutura agrícola formada.
Brito questionou também a viabilidade de diversas matérias-primas para a produção do óleo, restringindo o potencial, basicamente, à soja e à gordura animal.
– Temos uma capacidade fantástica de produção de gordura animal no Brasil, cerca de 600 mil toneladas. Ou seja, responde por boa parte do programa do biodisel. E complementar com soja.
Na avaliação dele, a soja será eternamente utilizada para a produção do biodiesel, o que considera positivo. O que não se deve fazer é basear no grão a predominância de mercado.