Mais do que propostas ou conversas com dirigentes, um pedido fez Guiñazu confirmar a permanência no Inter. Após a vitória de 2 a 1 sobre o Fluminense, sábado, quando o presidente Vitorio Piffero, no vestiário do Maracanã, conversou com o volante, Guiñazu já havia se decidido, graças ao pedido do filho Matias, de oito anos.

Desde fevereiro, quando a família de Guiñazu deixou Assunção, no Paraguai, e se mudou em definitivo para a Capital, o menino de longos cabelos negros costuma circular no Beira-Rio. Está sempre com o uniforme do Inter - ele sempre adota as cores do clube que o pai está defendendo.

Matias gostou de Porto Alegre, está adaptado, com amiguinhos na escola e, mais do que isso, quer a companhia constante de Guiñazu.

Por isso, logo quando surgiram os primeiros rumores de que o Al-Jazira, de Abu Dhabi, queria levar o volante argentino para os Emirados Árabes, Matias tomou uma decisão. Procurou o pai e pediu-lhe para não deixar o Brasil.

— Ele já é maiorzinho, adorou tudo aqui e veio conversar comigo — contou Guiñazu ontem à tarde.

Além do pedido do filho, Guiñazu se emocionou com a demonstração de carinho da torcida do Inter. Principalmente pela homenagem feita na partida contra o São Paulo, no Beira-Rio. Quando a equipe já vencia os paulistas por 2 a 0, as arquibancadas entoaram gritos de guerra pedindo a permanência do argentino.

— Com certeza isso mexeu muito comigo — garantiu.

No início da madrugada de domingo, quando desembarcou no Aeroporto Salgado Filho, o argentino exibia um largo sorriso.

Ganhou dois fortes abraços, um do pai e outro de Carlos Tufari, um "amigo de coração do Paraguai". Apesar da hora, alguns torcedores fizeram questão de tirar fotos com Guiñazu no saguão do Salgado Filho, festejando a primeira vitória fora de Porto Alegre no Brasileirão, e também a notícia de sua permanência em Porto Alegre.

O jogador aproveitou o domingo no apartamento de três quartos no bairro Três Figueiras, na Capital, em companhia da família.

Sairia para passear ainda no final da tarde — sua forma de curtir a folga domingueira. Até porque hoje serão dois turnos de trabalho.

E o argentino de 29 anos, que completa 30 no próximo dia 26, não amolece nem nos treinos.


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