| 31/07/2008 09h24min
O presidente da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne Bovina (Abiec) , Roberto Gianetti da Fonseca, considerou uma surpresa desagradável a decisão do governo americano de suspender a habilitação de dois frigoríficos brasileiros para exportar carne àquele país. Uma das plantas é da International Food Company, em Itupeva (SP). Outra é do grupo JBS Friboi, em Andradina (SP).
A decisão foi tomada depois de auditorias realizadas nas unidades produtivas brasileiras. Em comunicado, o Grupo JBS atribuiu a desabilitação a divergências de inspeção dos Brasil e dos Estados Unidos. Ao criticar essas diferenças, a empresa informou que manterá as vendas para o mercado americano por outras unidades produtivas.
– Vamos examinar o relatório de inspeção, verificar as falhas que foram apontadas e, certamente isso vai ser corrigido a curto prazo – garantiu Gianetti em entrevista ao Agribusiness, nesta quinta-feira, dia 31.
Ao comentar a crítica do JBS às divergências entre a inspeção do Brasil e dos Estados Unidos, Gianetti disse ter consultado o Ministério da Agricultura e ter ouvido que o sistema americano teria alguns critérios que são mais rígidos.
– A planta do JBS Friboi estava cumprindo todos os requisitos necessários para a fiscalização das autoridades brasileiras, mas a fiscalização americana, provavelmente com critérios mais rigorosos a respeito do controle de qualidade e da situação sanitária da planta, colocou em dúvida alguns procedimentos.
Entre janeiro e junho deste ano, o Brasil exportou para os Estados Unidos 26,4 milhões de toneladas a um preço médio de US$ 5,39 mil por tonelada. O volume recuou 22% em comparação com o mesmo período do ano passado, mas o preço subiu 12%.
Carne in natura
O presidente da Abiec lembrou que o Brasil trabalha para conseguir vender para os Estados Unidos também a carne in natura. Roberto Gianetti da Fonseca comemorou a decisão da Organização Internacional de Saúde Animal (OIE), que reconheceu o status de livre de febre aftosa do Estado de Mato Grosso do Sul.
– Nos dá certo aval de que o problema da aftosa no Brasil está absolutamente sob controle. Esperamos que continue. Vamos investir cada vez mais no controle sanitário, exigir do Ministério da Agricultura um rigor de fiscalização e de cumprimento da vacinação para melhorar a imagem da carne brasileira.
Apesar dos problemas, Gianetti disse acreditar que a carne brasileira está em uma situação cada vez melhor, com uma posição mais destacada no mercado internacional.
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Entre janeiro e junho deste ano, o Brasil exportou para os Estados Unidos 26,4 milhões de toneladas a um preço médio de US$ 5,39 mil por tonelada
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Divulgação/Seapa