| 03/07/2008 14h02min
O protesto do setor vitivinícola contra a falta de política setorial chegou no início da tarde à Praça da Matriz, no centro de Porto Alegre, onde será encerrada a caminhada que partiu pela manhã do Parque Maurício Sirotsky Sobrinho. No local é feita distribuição de suco de uva e vinho cabernet sauvignon, além de panfletos com as reivindicações. Segundo a Brigada Militar, cerca de 4 mil pessoas, entre produtores agrícolas, secretários municipais e grandes empresários do setor, participam do ato, que deve ser encerrado às 16h.
Os manifestantes tentam audiência com representantes do governo do Estado, e com o presidente da Assembléia Legislativa, Alceu Moreira (PMDB). No trajeto até a Praça da Matriz, pararam nos Ministérios do Desenvolvimento Agrário, da Fazenda e da Agricultura, onde conseguiram audiências com os respectivos titulares das pastas em Porto Alegre, que demonstraram solidariedade à causa, prometendo intermediar os pleitos em Brasília.
Enquanto a
caminhada subia a avenida
Borges de Medeiros, várias pessoas apareceram nas janelas dos apartamentos com garrafas, garrafões e taças de vinho, demonstrando apoio à manifestação. Muitos motoristas, apesar do transtorno no trânsito, também se solidarizaram.
— Isso é exercício de cidadania. Os vinhos nacionais são melhores que os importados — afirmou a motorista Sandra Ribeiro, 57 anos, que estava parada na Borges de Medeiros, buzinando em apoio aos manifestantes.
Os manifestantes querem chamar a atenção do governo federal contra a falta de política para o setor, que resulta na falta de locais para o estoque do vinho excedente, na concorrência desleal dos importados, coquetel e sangria, e do contrabando. Além disso, protestam contra a lei de tolerância zero, que reduziu consideravelmente o consumo de vinhos.