| 03/07/2008 13h12min
A representante da Via Campesina Maria José da Costa cobrou mais valorização dos pequenos produtores e defendeu que o programa Mais Alimentos, lançado nesta quinta-feira, dia 3, represente um novo rumo para a produção de alimentos no país. Ela afirmou que o programa faz justiça aos trabalhadores que produzem a maior parte dos alimentos que chegam à mesa dos brasileiros.
– O mercado pede arrego ao campesinato – disse Maria José, lembrando das atuais tensões na relação entre oferta e demanda por alimentos.
Segundo a integrante da Via Campesina, a crise dos alimentos faz parte de uma política que falou na iniciativa de combate à fome no mundo. Maria José da Costa criticou a degradação ambiental, as grandes extensões de monocultura.
Por outro lado, ela cobrou maior atenção com a Reforma Agrária, classificando como heróis acampados e assentados pelo programa, comunidades indígenas e pescadores e ribeirinhos. Para Maria José da Costa, a reforma é essencial para garantir o aumento da produção de alimentos, distribuir renda e gerar emprego no campo.
Representando os trabalhadores da Agricultura Familiar que, segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário, responde por 70% dos alimetnos que chegam aos consumidores e 77% das ocupações no campo, Elisângela Araújo elogiou a iniciativa do governo ao lançar o Plano Safra da agricultura familiar.
Mas também fez cobranças. Reivindicou mais assistência técnica para o setor, investimentos em estrutura, como maior capacidade de armazenamento da produção, e em educação no campo. Além de pedir mais atenção com a Reforma Agrária.
– O discurso é incansável. Se avançarmos no processo (de Reforma Agrária), acabamos com a fome no campo e a miséria nos grandes centros.
O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura (Contag), Manoel José dos Santos, também elogiou a iniciativa do governo e afirmou que a organização dos trabalhadores colocou a pauta da agricultura familiar no foco das discussões.
Ele também alertou para a necessidade de mais assistência técnica ao produtor da agricultura familiar.
– Precisamos avançar para que não sobre um centavo do Pronaf e tenhamos que chegar no Presidente da República e pedir mais.
Manoel disse acreditar em uma agricultura familiar capaz de produzir para consumo próprio e até exportar excedentes de produção.
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