| 02/07/2008 11h22min
O Brasil quer dar uma resposta ao novo momento que o mundo vive em produção de comida e de energia e mostrar que tem capacidade para isso. Foi o que disse o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, nesta quarta-feira, dia 2, no anúncio do Plano Agrícola e Pecuário para a safra 2008/2009, em Curitiba (PR).
– O plano se coloca dentro de uma visão estratégica de médio e longo prazo. Esperamos, dentro de dois ou três anos, não precisarmos lançar planos anuais. E estamos caminhando para isso.
Segundo o ministro, o plano é lançado em um momento de grande valorização da agricultura brasileira. Reinhold Stephanes reconheceu que, há algum tempo, havia um conflito entre as áreas agrícola e econômica do governo, mas que, atualmente, isso não existe mais.
Ele destacou alguns pontos essenciais do plano para a próxima safra, além da ampliação do crédito para a produção. Um deles é a linha especial de crédito do BNDES para a recuperação de áreas degradadas e revitalização de pastagens. Foi disponibilizado R$ 1 bilhão para os financiamentos.
– Mostramos que o governo não quer caminhar para o bioma amazônico, mas usar melhor o que já tem. E temos muitas áreas disponíveis – garantiu Stephanes.
Outro ponto destacado pelo ministro da Agricultura é a extinção de uma taxa cobrada pelo BNDES e uma linha de financiamento especial para estimular a produção de feijão com garantias do governo.
– O excedente o governo garante. É melhor ter excesso do que faltar a ter essa explosão de preços.
Reinhold Stephanes antecipou que a agricultura familiar também terá linhas de crédito especiais, com taxas de juros de 2% ao ano. O Plano Agrícola e Pecuário para o setor será anunciado na quinta-feira, dia 4, com a expectativa de R$ 13 bilhões em crédito.
O ministro da Agricultura manifestou ainda preocupação com a questão dos fertilizantes, já que o Brasil é altamente dependente dos insumos importados. Segundo ele, a intenção do governo é tornar o Brasil auto-suficiente em insumos como potássio e os nitrogenados.
– O governo mobiliza todas as instituições que atuam nessa área. Não podemos viver na insegurança desses preços que influem no custo de produção.
Dívida e Fundo de Catástrofe
O ministro Reinhold Stephanes informou também avanços na elaboração do projeto que cria o chamado Fundo de Catástrofe, mas ressaltou que não será para a safra 2008/2009.
–Tínhamos de criar um instrumento que tira a carga do produtor. Nos anos seguintes, nós vamos ter uma nova estrutura de seguro.
Sobre a renegociação das dívidas dos produtores rurais, cuja Medida Provisória já foi enviada ao Congresso Nacional e está em discussão, Stephanes destacou que o trabalho foi feito de forma tranqüila e com um consenso entre as lideranças do setor.
O ministro garantiu também que o governo está preocupado com a infra-estrutura e a logística para escoamento da produção agrícola brasileira, ressaltando que a situação mais crítica está na região Centro-Oeste. De acordo com ele, não faltam recursos nem decisão para resolver os principais gargalos no setor.
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Reinhold Stephannes: momento é de grande valorização da agricultura brasileira
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Arnaldo Alves Agência Estadual de Notícias do governo do Paraná