| 11/06/2008 21h09min
Dois produtores da região pantaneira de Mato Grosso do Sul mostram como é possível desenvolver a agricultura e pecuária sem impactar uma região considerada patrimônio natural da humanidade por sua variedade de pássaros, mamíferos, répteis, plantas e árvores.
Os Estados de Mato Grosso e Mato Grosso dos Sul ocupam dois terços do território de aproximadamente 21 milhões de hectares que é o Pantanal. Em meio à flora e fauna da região, o produtor rural Roberto Coelho cria mais de três mil cabeças de gado e cultiva quase 10% das lavouras de arroz plantadas em solo sul-matogrossense.
No total, são 3,3 mil hectares que na última safra produziram mais de 25,7 mil toneladas do cereal. A produtividade de 7,8 mil kg por hectare é considerada uma das melhores do país. E a marca é alcançada sem causar maiores danos ambientais.
A água reciclada utilizada na drenagem da plantação é retirada do rio Miranda. Isso evita que os cursos d'água sejam contaminados, minimizando os impactos da atividade. Todo esse cuidado gera resultado: os animais convivem em harmonia com a ação do homem.
A plantação de arroz atrai o Tuiuiú – ave símbolo do Pantanal –, além de jacarés e capivaras, que também ajudam a mostrar que a natureza não sofre ameaças na região. A preservação ambiental, que hoje rende lucros com o turismo ecológico, é um trabalho seguido à risca na propriedade.
Pecuária sustentável
Outro exemplo de produção sustentável é uma fazenda no município de Jardim, região conhecida como peri-pantaneira, zona de transição entre o cerrado e os remanescentes da Mata Atlântica, onde o produtor Eduardo Coelho prova que é possível produzir carne sem prejudicar o meio ambiente.
O rebanho de 1,3 mil animais é criado no sistema silvipastoril, ficando praticamente solto entre as árvores nativas do local. Mesmo sem reduzir a área destinada à pecuária, a criação de gado deixou de ser a principal atividade geradora de capital. Hoje, mais da metade da receita da fazenda vêm do turismo ecológico através das águas cristalinas do Rio da Prata.
Um dos projetos desenvolvidos é o de recuperação das matas ciliares do rio que passa pela propriedade. Uma iniciativa que, além de proteger o meio ambiente, ajuda a mostrar aos demais produtores da região à importância de preservar estas áreas e os benefícios que isso traz.
Para disseminar a necessidade da preservação, o produtor ajudou a fundar uma Organização Não-Governamental, que desenvolve ações para ampliar as áreas protegidas. Em Bonito (MS), onde Coelho possui outra propriedade, a recuperação da mata ciliar já mostra os primeiros resultados.
CANAL RURAL