| 08/06/2008 16h07min
A inserção do projeto Fashion Container no line up já indicava uma certa busca pelo conceitual. E performances apresentadas pelas estilistas Luana Jardim e Rita Wainer marcaram o primeiro dia do 13° Fashion Rio no sábado.
Luana utiliza pó de hematita, pirita e especularita. O minério de ferro é aplicado em tecidos de estofamento e EVA, formando chapas endurecidas. Na passarela, elas apareceram modeladas em forma de saias godês e cilindros que faziam as vezes de tomara-que-caia.
A estilista também utilizou chapas de inox. O processo todo começou a ser desenvolvido por Luana — cujo pai trabalha na área de mineração — há dois anos, mas agora já toma proporções bem maiores. Ela estuda uma forma de aplicar o minério em tecidos mais maleáveis como o algodão, para torná-lo comercialmente viável. A grife ainda não tem nome.
Instalação viva
Quando o público entrou na sala de
desfiles ocupada por Rita Wainer, encontrou cadeiras empilhadas e, ao
centro, uma instalação viva. Três modelos, sentadas em um círculo de espelhos quebrados, brincavam com fios.
Enquanto isso, outras circulavam segurando balões coloridos e se movendo como se andassem sobre um muro. Pelo chão, despertadores antigos prateados e vidros de purpurina derramada. A interpretação ficou a cargo do público, mas tempo e contemporaneidade regeram a performance.
Rita apresentou apenas 10 looks. Todos eram túnicas de formas irregulares, bordadas, mesclando estampas e tecidos lisos em tons vinho, verde oliva, cinza. Resta saber se o 13° Fashion Rio, que se estende até sexta-feira, será uma edição realmente performática.
* A repórter viajou a convite da organização do evento.