| 27/05/2008 19h47min
A despedida de Emerson Leão do Santos foi marcada pelo mesmo ambiente que marcou a sua terceira passagem pela Vila Belmiro: clima conturbado com a torcida. Enquanto dava a entrevista coletiva em que dizia ter se doado ao máximo pelo sucesso da equipe, torcedores soltavam fogos e apedrejaram o carro do ex-goleiro, que prometeu cobrar o clube pelos danos.
– Vou lá no Santos. Eles têm dinheiro e vão pagar – assegurou, com provocações a quem possa ter atingido seu automóvel. – Isso é inveja – encerrou.
Antes de constatar os efeitos da ira de alguns santistas contra o seu trabalho, Leão apareceu na sala de imprensa do CT Rei Pelé aparentando tranqüilidade em relação a seu desempenho à frente do Peixe.
– Fizemos absolutamente de tudo dentro das dificuldades do Santos. Estamos deixando o clube pelo menos representando bem com aquilo que nós tínhamos programado. Essa foi a minha passagem mais difícil – avaliou o treinador, comentando que o rompimento tem a ver com certa falta de profissionalismo de pessoas da cúpula alvinegra.
– Todas as vezes que eu chego em uma casa de trabalho, procuro fazer o profissional e o profissionalismo da melhor maneira possível. Quando eu sinto que cada vez mais a recíproca vai aumentando, mais nós vamos prosperando. Quando isso não acontece, nós temos que ter o bom senso de repensar. Repensamos e achamos melhor parar por aqui – relatou, em meio aos detalhes de sua última conversa com o presidente Marcelo Teixeira.
– O Marcelo marcou um almoço comigo hoje (terça-feira), às 13h. Coloquei algumas ponderações que eu achava para o Marcelo, independente de qualquer outra palavra. Chegamos a um acordo. Entendo ser o melhor para todos nesse momento. Vai de encontro com o que algumas pessoas queriam e em algumas coisas eu também queria – completou.
Em relação aos resultados que somou com o time em 2008, Leão culpou a arbitragem.
– Fizemos de tudo para estarmos entre os quatro do Paulista e só não estivemos pela aquela circunstância de erros que já estamos cansados de saber de arbitragem. Só não fomos semifinalistas ou finalistas da Libertadores porque sentimos naqueles dois últimos jogos toda aquela tradição negativa também dos árbitros – criticou.
No adeus à Vila, o técnico desejou sorte a seu substituto. Mas alerta: é preciso dar tempo e tranqüilidade para que o novo treinador do Peixe realize um bom trabalho e superar os obstáculos que o próprio elenco oferece.
– O novo treinador precisa de tempo, empurrar com a barriga não é viável. Quero o Santos com tempo para se acertar e isso também pesou na minha decisão. Quem chegar vai ter muita dificuldade. Mas espero que tenha mais sorte nas contratações – afirmou, negando qualquer desentendimento com jogadores.
GAZETA PRESS