| 27/05/2008 14h15min
A Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgaram nesta terça-feira, dia 27, a conclusão dos levantamentos do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica. Os dados mostram que o bioma está reduzido a 7,26% de sua área original – 1,3 milhões de quilômetros quadrados em 17 Estados brasileiros. De acordo com o estudo, restam cerca de 95 mil quilômetros quadrados.
A organização apresentou ainda a avaliação feita em 2005 e 2007 dos municípios mais críticos no período de 2000 a 2005. A porção oeste da Bahia e de Minas Gerais, juntos às formações das araucárias de Santa Catarina e Paraná, são as áreas mais críticas para a Mata Atlântica.
– Estes [Estados] merecem atenção especial, pois são os que mais possuem floresta nativa em seus territórios e, conseqüentemente, têm grandes áreas desmatadas e em números absolutos. É preciso conter este desmatamento se quisermos garantir a proteção da biodiversidade e os serviços ambientais para a população que vive na área de Mata Atlântica – explica a coordenadora do Atlas, Marcia Hirota.
O mapa do desmatamento
Em números absolutos, Santa Catarina é o campeão de desmatamento no período de 2000 2005, suprimindo 45,5 mil hectares de Mata Atlântica. Minas Gerais vem em seguida, tendo desmatado cerca de 41,3 hectares. A Bahia está em terceiro lugar, co menos 36 mil hectares. Os demais Estados são Paraná (28,2 mil hectares), Mato Grosso do Sul (10,5 mil hectares), São Paulo (4,6 mil hectares), Goiás (4 mil hectares), Rio Grande do Sul (3 mil hectares), Espírito Santo (778 hectares) e Rio de Janeiro (628 hectares).
– Os dados apresentados para o período confirmam a redução de 69% na taxa de desmatamento comparada com o período anterior, fato que deve ser comemorado, mas a avaliação recente indica aumento no ritmo de desmatamento nos dois últimos anos, que é muito preocupante – revela Marcia.
Situação nos municípios
As informações divulgadas nesta terça mostram também uma análise para o período de 2005-2007 dos 51 municípios apresentados como mais críticos em 2000-2005, e aponta que o município que mais perdeu cobertura vegetal nativa no período foi Mafra (SC), que desmatou 1,7 mil hectares, seguido de Itaiópolis (SC), que suprimiu cerca de 1,8 mil hectares, e Santa Cecília, também em Santa Catarina, que desmatou aproximadamente mil hectares.
Aparecem em seguida os municípios de Tremedal (BA), Coronel Domingos Soares (PR), Ninheira (MG), Bituruna (PR) e Bom Jesus da Lapa (BA). Em alguns municípios, as condições meteorológicas não permitiram a análise de dados. Segundo informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística para o período de 2005 a 2007, dos 5.564 municípios brasileiros, 3.406 (61%) estão em áreas de Mata Atlântica e abrigam mais de 120 milhões de habitantes, o equivalente a 67% da população brasileira.
SOS MATA ATLÂNTICA
Porção oeste da Bahia e de Minas Gerais, junto às formações das araucárias de Santa Catarina e Paraná, são as áreas mais críticas
Foto:
Guto Kuerten
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Agência RBS