| 21/05/2008 07h22min
Em pelo menos dois pontos a futura arena do Grêmio irá se assemelhar ao Estádio Olímpico. Um deles será a existência de um espaço livre para que a torcida organizada Geral realize a avalanche. O segundo é a manutenção do fosso que separa os torcedores do gramado. Nas arenas européias, não existe tal dispositivo de segurança.
Ontem, durante entrevista coletiva para apresentação do projeto arena, o arquiteto português Pedro Santos confirmou ter alterado o projeto inicial para atender à Geral. E criou uma área sem cadeiras, atrás de uma das goleiras, para permitir que a torcida realize sua coreografia.
— Vamos tropicalizar nossa arena. Quando a Fifa requisitá-la para
competições internacionais, colocaremos cadeiras no espaço da
Geral — explicou o vice de planejamento, Eduardo Antonini, definindo a avalanche como "um dos melhores espetáculos que uma torcida pode fazer".
A manutenção do fosso, segundo Antonini, se justifica pelo fato de faltar aos torcedores brasileiros que ficam a 10 metros do gramado "a cultura necessária para ficar quieto quando o árbitro não marca dois pênaltis".
Na coletiva, o português Manoel Tinoco de Faria, da TBZ, empresa que associou-se à brasileira OAS para erguer a arena, desmentiu que ela seja investigada pelo Ministério Público português.
— Eu garanto que a TBZ nunca foi notificada de nenhuma investigação. E nem há razão para isso — disse Tinoco, desmentindo a devolução de um cheque de 12,5 mil euros (R$ 32,2 mil). Segundo ele, o cheque foi bloqueado porque o destinatário deve um valor maior para a própria TBZ.
Tinoco disse, também, que a informação divulgada pelo jornal 24 Horas não obteve repercussão em Portugal. E
estranhou que a notícia tivesse "transposto o
Atlântico".
— O Grêmio não corre qualquer risco. Esse fica todo do lado dos empreendedores. O clube só irá entregar sua área na Azenha quando receber pronta a nova arena — ressaltou.
Hoje, antes do retorno a Portugal, os empresários portugueses irão se reunir com a comissão de conselheiros do Grêmio criada especialmente para acompanhar o projeto da arena.
Detalhes da obra
- O projeto arquitetônico apresentado ontem pela TBZ no Olímpico recebeu acento agudo em vez do acento circunflexo na palavra Grêmio (foto)
- Em 90 dias, o contrato deve chegar ao Conselho Deliberativo
- Há opções de dois terrenos no bairro Humaitá para erguer a obra
- A capacidade da arena deve ser ampliada de 52,5 mil para 55 mil lugares
- A obra deve começar em um ano
- A inauguração deve ser no final de 2011
- O ingresso mais barato irá custar entre R$ 30 e R$ 40
- Os
20 mil sócios patrimoniais terão direitos mantidos na arena
- Durante 20 anos, Grêmio ficará
com 65% dos lucros. Depois, será dono de 100%
- Na área do Olímpico, a TBZ-OAS criará projetos comerciais e residenciais
Projeto apresentado ontem no Olímpico recebeu acento agudo em vez do acento circunflexo na palavra Grêmio
Foto:
Divulgação, Grêmio