| 19/05/2008 11h26min
Dirigentes do setor agropecuário argentino admitem que avaliam a possibilidade de levantar a greve comercial reatada na semana passada para retomar as negociações com o governo do país.
– O campo está disposto a dialogar – afirmou o presidente da Sociedade Rural Argentina (SRA), Luciano Miguens, que disse ainda que nesta segunda-feira, dia 19, os dirigentes das quatro maiores associações do campo (que representam cerca de 290 mil produtores) se reunirão para analisar esta possibilidade.
De qualquer forma, Miguens insistiu em que o setor agropecuário pede que se inclua "o debate das retenções móveis" no diálogo que está disposto a manter com o governo de Cristina Fernández de Kirchner para resolver o conflito, que já dura mais de dois meses.
– Nós estamos dispostos a recorrer ao diálogo sempre que se coloque uma agenda que contemple isto. Não resta dúvida de que esse diálogo seria difícil de ser convocado em uma situação de protesto – reconheceu.
O chefe de Gabinete argentino, Alberto Fernández, reiterou no sábado, dia 17, que "é impossível dialogar neste contexto" de protesto, porque não se pode estar "sempre com a ameaça em cima".
As quatro patronais rurais resolveram na quinta-feira, dia 15, estender até a próxima quarta-feira, dia 21, seus protestos contra o novo esquema de impostos às exportações de grãos.
As organizações também pediram uma reunião "urgente" com a presidente, que, na semana passada, fez um apelo em favor do diálogo.
No entanto, o vice-presidente segundo da Federação Agrária Argentina (FAA), Ulises Forte, afirmou que a greve do campo "seguirá até quarta-feira" e considerou que as organizações não estão "em condições de levantar uma greve pelas dúvidas".
AGÊNCIA EFE
Bloqueio nas estradas argentinas pelos ruralistas em greve prejudicou abastecimento de alimentos no país durante o mês de abril
Foto:
Enrique García Medina, EFE