| 17/04/2008 20h11min
A competição entre biocombustíveis e alimentos por áreas agricultáveis não faz parte da realidade brasileira e não fará por muito tempo, de acordo com a avaliação do diretor da União Brasileira de Biodiesel, Sérgio Beltrão.
– Estamos muito longe disso acontecer. Pela imensa área agrícola disponível para plantio, podemos atender tanto o mercado alimentar quanto o de biocombustíveis sem o menor problema – garantiu Beltrão.
O empresário diz que é preciso diferenciar as condições de produção de biocombustíveis no Brasil e em outros países, onde pode haver mais vulnerabilidade à competição com o cultivo de genêros alimentícios.
– O Brasil ainda é uma das últimas fronteiras agrícolas do mundo, a produção de alimentos e a de biocombustíveis podem conviver sem uma concorrência entre eles que afete principalmente o setor alimentar – defendeu.
O embate foi tema da 30ª Conferência da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). Ao participar do evento nesta quarta-feira, dia 16, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva rebateu as afirmações do relator especial da Organização das Nações Unidas para o Direito à Alimentação, Jean Ziegler, que classificou a produção em massa de biocombustíveis como um "crime contra a humanidade".
– Com certeza, o Brasil não pode ser inserido na declaração dele [Jean Ziegler]. O país ainda tem muitas áreas para plantio, preservando-se tanto o Pantanal e a Amazônia quanto áreas de Cerrado ainda virgem. O Brasil não se encaixa nesse contexto de limitação de área ou de uma concorrência nefasta para o setor alimentar – ponderou o diretor.
AGÊNCIA BRASIL