| 17/04/2008 11h18min
Atleta do salto triplo, a gaúcha Gisele Lima já está com um pé em Pequim. Na quarta-feira, ela conquistou o índice A para os Jogos Olímpicos ao vencer a prova no Festival de Velocidades e Saltos, em São Paulo. Pulou 14m28cm, oito centímetros a mais que a marca exigida pela IAAF, a federação internacional de atletismo.
Por enquanto, Gisele, 27 anos, é a única brasileira da modalidade garantida na Olimpíada. Como a porto-alegrense alcançou o índice A este ano, não precisa confirmar sua performance como as duas outras atletas do salto triplo no páreo. Maurren Maggi e Keila Costa já têm índice A, obtidos em 2007 – 14m44cm e 14m57cm, respectivamente –, mas devem atingir em 2008 o B, que é menor.
Uma vez que a Confederação Brasileira de Atletismo pode levar até três atletas por prova, é pouco provável que a gaúcha fique de fora. Ainda mais que Maurren já anunciou que não competirá no salto triplo em Pequim, porque quer se concentrar no salto a distância. E, além do trio, só Tânia Ferreira da Silva já passou dos 14m (fez 11 centímetros a mais em 2007).
– É um sonho que estou realizando. Fiz milhares de ligações depois da vitória e mandei torpedos para meus amigos e familiares em Porto Alegre – disse a ex-atleta da Sogipa, hoje no BM&F, de São Paulo. – Logo que a prova terminou, o Arataca (técnico da Sogipa, onde Gisele começou quando tinha 11 anos) me ligou.
Gisele se graduou em Comércio Exterior nos Estados Unidos como uma das melhores da turma e, quando voltou ao Brasil, recusou uma proposta de emprego de uma multinacional e trancou uma bolsa de pós-graduação para se dedicar ao atletismo:
– A Olimpíada era meu maior objetivo.
Ano passado, a gaúcha chegou a ficar oito meses distante das competições devido a uma cirurgia no joelho esquerdo. Em 2008, não esperava alcançar tão rapidamente o índice olímpico. Para a última edição dos Jogos, em Atenas 2004, ela ficou de fora por 2cm.
Agora, Gisele diz que “a ficha ainda não caiu”. Depois da bela performance de ontem, em que aumentou gradativamente a marca desde o primeiro salto – 14m, 14m2cm, 14m5cm e 14m28cm –, ela vai aproveitar os torneios no Brasil para treinar e melhorar sua marca no salto triplo e, talvez, tentar o índice no salto em distância.
– Sei que posso ir para a Olimpíada e não apenas saltar. Posso saltar bem – concluiu a atleta.