Dois em cada três contribuintes ainda não entregaram a declaração do Imposto de Renda (IR). Segundo a Receita Federal, são 15 milhões de brasileiros que precisam acertar as contas com o leão até o próximo dia 30, mas já tem muita gente de olho na restituição. Aliás, na antecipação dela, segundo informações do Jornal Nacional.

O dinheiro da restituição, a advogada Maria Cristina Dumas já recebeu no mês passado. Foi ao banco e antecipou 80%, cerca de R$ 1 mil, e já gastou nas despesas extras de início de ano:

— Vale mais a pena do que eu esperar o lote que vai sair e atrasar IPVA, inclusive, senão o guarda reboca o meu carro.

Adiantar a restituição é na verdade tomar o empréstimo do banco. Com juros que variam de 2,5% a 4% ao mês. A diferença é que o contribuinte não paga prestações, acerta a conta de uma vez quando o governo devolve dinheiro.

Parece vantajoso, mas, na opinião de alguns economistas, ter o dinheiro antes nem sempre um bom negócio. A operação envolve riscos, o contribuinte pode cair na malha fina e não receber a restituição da Receita Federal no prazo que imaginava.

Quanto mais tempo para receber, mas juros a pagar pelo banco. Por isso, para o professor de finanças do Ibmec Roberto Zentgraf, antecipar a restituição só em casos de sufoco.

Por exemplo, se a pessoa estiver endividada com cartão de crédito ou cheque especial, pagando juros de 10% ao mês, em oito meses uma dívida de R$ 1 mil passa dos R$ 2 mil.

Se antecipar a restituição, com juros de 4%, no mesmo período pagará R$ 1.368, o que representa R$ 775 a menos.

— Qual o cuidado que ele tem que ter? Se até dezembro não receber a restituição do Imposto de Renda, tem que pensar num plano B. Seria justamente usar o 13º para liquidar isso — ensina Roberto Zentgraf.

Para quem não tem dívida, o conselho é ter paciência.

— Espera, até porque esse dinheiro que está preso na Receita é corrigido pela taxa Selic. É uma ótima aplicação deixar o dinheiro com a Receita, que vai corrigindo para você — indica Zentgraf.

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