| 11/04/2008 17h38min
O mercado cambial doméstico rendeu-se nesta sexta-feira à piora do sentimento dos investidores sobre os Estados Unidos e subiu, após operar em queda nas oito sessões anteriores deste mês. O dólar comercial subiu 0,30% e terminou o dia a R$ 1,69. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o dólar negociado à vista avançou 0,39%, para R$ 1,6905. Com a continuidade do fluxo cambial positivo, o giro financeiro total à vista aumentou 32%, para cerca de US$ 4,153 bilhões.
Parte da correção resultou da piora da aversão a risco no mercado, que se refletiu na queda generalizada das bolsas de valores, recuo do dólar ante o euro e o iene e aumento da demanda por títulos do Tesouro dos EUA.
Outra parcela de pressão derivou de comentários de que o uma empresa nacional do setor de papel e celulose deve fazer na segunda-feira uma remessa financeira de cerca de US$ 1 bilhão, para honrar compromissos assumidos no Exterior.
Essa expectativa e a previsão de
uma agenda rica em eventos e
indicadores aqui e lá fora na próxima semana estimularam a alta da moeda americana em relação ao real.
Desde cedo, o resultado ruim da General Electric no primeiro trimestre, a queda do índice de confiança do consumidor da Universidade de Michigan e o aumento dos preços de importação em março nos Estados Unidos elevaram as preocupações do mercado com o enfraquecimento da economia real americana em meio à pressão inflacionária.
Como na próxima semana serão divulgados nos EUA dados relacionados à demanda no comércio e os índices de inflação no atacado e no varejo, os investidores ajustaram posições defensivas dado o temor de que os próximos dados reforcem a possibilidade de uma estagflação no país.
— Algumas tesourarias e investidores estrangeiros reduziram um pouco suas posições vendidas (de aposta de queda do dólar) diante do aumento da cautela com a economia americana — disse um operador.
Mantega
No início da tarde desta sexta, o ministro da Fazenda,
Guido Mantega, afirmou em Washington, que não acredita que o estabelecimento de controle para entrada de capital seja a solução para o Brasil, com objetivo de abrandar a valorização da moeda brasileira.
O comentário foi feito em relação à ponderação do economista-chefe do Banco Mundial para América Latina e Caribe, Augusto de la Torre, que citou, nesta semana, o controle de capitais como uma opção para amenizar a valorização das moedas na região.
Mantega não acredita que o estabelecimento de controle para entrada de capital seja a solução para o Brasil, com objetivo de abrandar a valorização da moeda brasileira
Foto:
Stefan Zaklin, EFE