| 09/04/2008 12h31min
O presidente do Tribunal de Contas do Estado, João Luiz Vargas, visitou, na manhã desta quarta-feira, José Fernandes, dono da empresa Pensant e um dos indiciados pela Polícia Federal. Ele é apontado com o pivô da fraude do Detran. Eles ficaram reunidos durante uma hora.
Na saída, testemunhada pela reportagem da Rádio Gaúcha e da RBS TV, Vargas disse que fez uma visita de cortesia para se solidarizar com amigo, que segundo ele, passa por problemas de saúde.
O presidente do Tribunal de Contas também foi ao encontro de Fernandes para falar sobre as visitas que os dois fizeram à Assembléia no ano passado.
— Eu nunca abandono os meus amigos, e principalmente nas horas em que eles estão passando por dificuldades. Eu espero
que toda a situação do Detran seja esclarecida na sua totalidade.
O
dono da Pensant está no centro da operação Rodin. Ele é apontado pela Polícia Federal como um dos mentores do esquema de desviava recursos do Detran por meio do contrato firmado com fundações da Universidade de Santa Maria. Desde a descoberta da fraude, Fernandes se isolou. Ele foi preso em novembro e indiciado na Operação Rodin.
Nesta quarta-feira foi revelado que pessoas indiciadas pelo esquema visitaram a Assembléia Legislativa três dias antes da troca de fundações na execução do contrato com o Detran, alvo da força-tarefa da polícia.
Os encontros foram relatados por Silvestre Selhorst, da Fatec, como acertos do esquema de propina. Vargas afirmou que participou de uma visita à Assembléia acompanhado de Fernandes, mas nunca intercedeu em favor da Pensant.
— Todas as vezes que estive na Assembléia, estive reivindicando alguma coisa para a região. Aliás, o professor José Fernandes esteve trabalhando para a região, não era uma questão da empresa que
ele pertence — explicou.
O
nome do presidente do Tribunal de Contas foi mencionado no inquérito da Operação Rodin. Vargas não vê problemas em ocupar o cargo máximo de um órgão de fiscalização e se encontrar com o indiciado pela fraude.
— Em momento nenhum eu misturo a minha vida particular com as questões que podem estar colocadas como atividade e missão no Tribunal de Contas, onde tenho procurado agir com a maior lisura, como procuro agir no campo pessoal, com o que aprendi na vida que é estar com os meus amigos.