Mais de 17 mil brasileiros vivem hoje na Holanda, segundo dados da embaixada do Brasil no país. Eles estão ansiosos pela visita que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva iniciará nesta quarta-feira à nação, principal investidora no Brasil. Em dezembro do ano passado, pelo menos 2,6 mil estavam em situação ilegal, mas a maioria, cerca de 14,8 mil, estava em situação legal. São homens e mulheres que trocaram o Brasil pelo país do noroeste europeu, alguns de forma temporária outros nem tanto, em busca de estudos, melhores oportunidades ou mesmo por motivos familiares.

A viagem de Lula é uma oportunidade de estreitar os laços com o Brasil, para onde sonha voltar grande parte dos brasileiros que vivem na cidade de Haia, segundo relatos dos próprios imigrantes. Porém, para retornar, dizem eles, é preciso que seu país de origem ofereça duas garantias que a Holanda já fornece: segurança e boas oportunidades. É o caso da médica homeopata gaúcha Miriam Sommer:

— Ninguém quer ficar aqui. Se você quer saber, todo mundo com quem eu falo, meus pacientes brasileiros, todos querem fazer um pé-de-meia para depois voltar. Se eu recebesse uma proposta de trabalho muito tentadora, voltava hoje. E a gente também sempre fala: a gente volta quando o Brasil ficar mais seguro. A violência foi uma das razões pelas quais a gente migrou.

Ela chegou à Holanda em 2000, num programa de imigração. Depois de fazer mestrado, ela abriu um consultório médico em Haia, onde mora com seus dois filhos. Desde então, sua família tem tentado se integrar ao esquema de vida holandês, como usar a bicicleta para se locomover dentro da cidade e não almoçar.

Na Holanda, Lula terá encontros com a rainha Beatrix, com o primeiro-ministro, Jan Peter Balkenende, e com parlamentares. Na sexta-feira, o presidente segue para a República Tcheca.