| 04/04/2008 12h08min
A decisão que beneficiou o ex-diretor da Fundação de Apoio à Tecnologia e Ciência (Fatec) Dario Trevisan pode esvaziar os próximos depoimentos da CPI do Detran. Ele foi beneficiado por uma liminar da Justiça que concedia o direito de não responder perguntas sob risco de auto-incriminação. Os deputados temem que os indiciados na Operação Rodin convocados para depor busquem na Justiça decisão semelhante à obtida na quinta-feira por Trevisan e que garante o direito de silêncio.
Outras 19 pessoas indiciados pela fraude ainda deverão ser ouvidas. A defesa de Dario Trevisan entregou aos deputados uma cópia do depoimento dele à Polícia Federal. A assessoria jurídica da CPI fará nesta sexta-feira uma consulta à Justiça Federal de Santa Maria. Os procuradores questionam a possibilidade de ler o depoimento e registrá-lo formalmente como documento da CPI do Detran. Neste depoimento, Trevisan relata a influência que a empresa Pensant exercia sobre o contrato da Fatec. A Pensant era uma
subcontratação irregular
e conforme as investigações, seria uma das responsáveis pelo esquema de fraude.
Nos depoimentos de quinta-feira, que foram até a madrugada desta sexta-feira, o diretor da Fundação para o Desenvolvimento e Aperfeiçoamento da Educação e da Cultura (Fundae), Mário Gaiger, confirmou que o ex-presidente do Detran, Flavio Vaz Neto sabia da contratação irregular.
Na próxima segunda-feira, vão prestar depoimento Rubem Höher, ex coordenador do projeto do Detran na Fundae, Alfredo Pinto Telles, cunhado de Lair Ferst, Rosana e Elci Ferst, irmãs do empresário Lair Ferst.
Trevisan (E) distribuiu cópia de depoimento à PF e disse que não acrescentaria novas informações
Foto:
Marcos Nagelstein