A Associação dos Banqueiros Americanos disse nesta quinta-feira que a inadimplência no crédito ao consumidor americano atingiu o nível mais elevado em 16 anos no quarto trimestre do ano passado, liderada pelos empréstimos para aquisição de automóveis. A organização também previu que a inadimplência será maior no primeiro semestre deste ano, devido às duras perspectivas aos consumidores diante dos elevados preços dos alimentos e da gasolina, além do crescimento "anêmico" da economia.

Segundo o grupo, a taxa de inadimplência no crédito ao consumidor subiu 0,21 ponto percentual no quarto trimestre de 2007, em base sazonalmente ajustada, em comparação ao terceiro trimestre do mesmo ano, para 2,65% sobre todos os empréstimos concedidos. É o nível mais elevado desde o primeiro trimestre de 1992. A associação disse que as taxas de inadimplência cresceram em todas as categorias de empréstimos. A taxa de inadimplência dos cartões subiu 0,2 ponto percentual para 4,38%, nível elevado para os padrões históricos, mas em linha com os últimos quatro anos.

Imóveis e automóveis

O economista-chefe da associação, James Chessen, atribuiu o aumento no nível geral de inadimplência ao setor automotivo, o qual compreende dois terços de todos os empréstimos ao consumidor. A taxa de inadimplência dos empréstimos indiretos de automóveis avançou para 3,13% do total de crédito cedido entre outubro e dezembro do ano passado, de 2,86% no trimestre anterior. A taxa de inadimplência nos empréstimos diretos de automóveis avançou para 1,9%, de 1,81%. Nos refinanciamentos de veículos, saltou para 1,08%, de 0,89%.

A debilidade do setor imobiliário americano continua a ter reflexos nas elevadas taxas de inadimplência nos empréstimos tomados, tendo o valor do imóvel do tomador como garantia, que subiram para 2,39% no quarto trimestre de 2007, de 2,28% no trimestre anterior. A taxa de inadimplência nas linhas de crédito para imóveis avançou 0,12 ponto percentual, para 0,96%, atingindo a máxima em 10 anos. Além disso, a taxa de inadimplência nos empréstimos para reformas de residências cresceu para 1,81% no quarto trimestre de 2007, de 1,6% no trimestre anterior.