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 | 01/04/2008 12h18min

Superavit primário tem melhor resultado para fevereiro desde 1991

Economista destaca que números são recordes mesmo sem a CPMF

A diferença entre o que o governo gasta e arrecada teve o melhor resultado para o mês de fevereiro desde 1991, de acordo com o Banco Central. O chamado superavit primário (diferença entre receita e despesa sem considerar os juros da dívida pública) foi de R$ 8,996 bilhões de reais, 34,2% a mais que em fevereiro do ano passado.

Em entrevista ao programa Agribusiness Online, nesta terça-feira, dia 1, o economista Sérgio Vale, da MB Associados, ressaltou que o país continua registrando recordes, mesmo depois do fim da CPMF, em dezembro passado.

- Era um imposto muito ruim e, nesse sentido, há um aumento de receita muito grande, acima dos gastos, acima do que se imaginava sem CPMF - analisou.

O crescimento da economia é a explicação para os resultados, segundo o economista. Por outro lado, esse ritmo também traz preocupação, por causa dos riscos de inflação.

Na opinião de Sérgio Vale, o Banco Central deve analisar o cenário com cautela e não eleger a demanda como principal fator de risco. Ele disse acreditar que há outros elementos que podem pressionar a inflação.

- Alimentação é um deles. Você tem riscos de altas muito importantes, mas a tendência é ter alguns elementos, como o feijão, por exemplo, que pode ajudar a inflação a ir para baixo. Acho que o Banco Central tem de olhar isso também.

Sérgio Vale avaliou que essa ênfase na demanda, o que considera um erro, pode trazer conseqüências negativas para a economia.

- Vai ter de aumentar a taxa de juros porque está olhando a demanda. A dosagem vai ser um pouco errada ao longo do ano por conta dessa percepção de que demanda é o problema.

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