| 26/03/2008 16h23min
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse nesta quarta-feira que ficou constrangido pela forma como determinados gastos com cartões corporativos no período do seu mandato foram publicados na imprensa. De acordo com o ex-presidente, gastos do protocolo ficaram parecendo que eram gastos pessoais.
— Não existe conta sigilosa ou secreta da Presidência da República, e tampouco são pessoais. Porque em coisa pessoal nunca houve dinheiro público. Não pode haver. Nem comigo nem com o presidente Lula. São contas do governo, são gastos do palácio, contas protocolares. Está havendo uma grande confusão.— afirmou.
Quanto a aspectos de segurança envolvidos nos gastos dos cartões, ele disse que “segurança é outra questão”:
— Que eu saiba, eu chequei isso com os meus ministros, não havia contas secretas por razões de segurança. Obviamente você não vai anunciar o que é que o presidente vai fazer, para onde é que ele vai, quem vai acompanhá-lo, é obvio. Outra
coisa é, passado um tempo, essas
contas são públicas. O que é gasto de segurança? É o deslocamento, é a comida, a alimentação dos seguranças. Não há segredo nisso. Naquele momento, obviamente, ninguém vai estar anunciando de antemão.
O ex-presidente defendeu o uso dos cartões corporativos, e disse que o é errado é pegar o cartão e tomar dinheiro, usar para receber dinheiro e não explicar.
— O Tribunal de Contas [da União] já aprovou as minhas contas, a Secretaria de Controle Interno da Presidência também, tudo isso é onda para disfarçar. Há coisas erradas no passado? O que tem de errado está dito e está visto. Com relação ao passado, não tem nada determinado e é mera exploração política”.
FHC falou à imprensa após participar da mesa de abertura de seminário promovido pela Associação Brasileira de Agências de Regulação (Abar), na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).