| 26/03/2008 14h53min
O processo de integração da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) com a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) deverá ser concluído até o final de abril. A informação foi dada nesta quarta-feira pelo diretor-geral da BM&F, Edemir Pinto. Segundo ele, depois de o processo ser submetido à apreciação dos órgãos reguladores — Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e Banco Central (BC) —, serão realizadas as assembléias de acionistas. O comando da nova instituição deve ser definido em 60 dias.
Na migração para a Nova Bolsa, como está sendo chamada a recém-criada companhia, o controle acionário será dividido meio a meio (50%) entre a BM&F e a Bovespa. Para igualar a proporção, a BM&F terá de repassar à Bovespa a quantia de R$ 1,24 bilhão. O valor de mercado, estimado na data de ontem, estava em US$ 18 bilhões, posição que coloca a nova sociedade em terceiro lugar no mundo.
Na liderança está a Deutsche Brse, de Frankfurt (Alemanha), com US$ 30 bilhões,
seguida pela CME, a Bolsa
de Chicago (EUA). Na América Latina, a bolsa brasileira será a maior, com participação de 80% do volume médio diário negociado com ações e com negócios no mercado futuro no valor de US$ 67 bilhões.
Por enquanto, continuarão os negócios realizados pelo sistema viva-voz, que hoje representam apenas 30% do volume do mercado. Até julho, todas as negociações passarão para o sistema eletrônico. Até 2010, estima-se que a integralização resultará em uma redução de 25% nos custos operacionais. Para o presidente do Conselho de Administração da Bovespa, Raymundo Magliano, essa economia, representará aumento no lucro, o que revertirá em ganhos maiores para os acionistas.
Magliano disse que os investidores contarão agora com novas alternativas de produtos, podendo atuar no mercado futuro e assim se proteger mais da volatilidade comum no movimento de compra e venda de ações no mercado à vista. A Nova Bolsa oferecerá todas as opções de investimento com derivativos financeiros que
incluem as aplicações no
mercado futuro de câmbio, taxas de juros, commodities (boi, café, soja milho, açúcar, etanol) e índice de ações Ibovespa, além de títulos da dívida externa.
— Em termos de crescimento, o momento atual não poderia ser melhor — disse Pinto, referindo-se ao processo de fusão de outros mercados.
BM&F (acima) e Bovespa terão volume médio diário negociado no valor de US$ 67 bilhões
Foto:
Sebastião Moreira, EFE