Ativistas tibetanos prometem abrir uma nova etapa nos protestos contra a China a partir desta segunda-feira, quando a tocha olímpica será acesa em Olímpia, na Grécia. Preocupado com a ameaça dos manifestantes de transformar a viagem da tocha até Pequim numa maratona de demonstrações anti-China, o governo grego destacou mil soldados para reforçar a segurança e evitar distúrbios.

Um dos pontos críticos da viagem da tocha pelo mundo deve ser sua passagem pelo Tibete. Os monges budistas queixam-se que a China estaria usando o trajeto para demonstrar ao mundo quem é que manda na região. Outra fonte de polêmica é a insistência dos chineses em levar a tocha até o Monte Everest. Para evitar protestos no topo do mundo, o governo já começa a tomar medidas para fechar os acessos ao Himalaia. O governo chinês também pediu ao Nepal para que adote medida semelhante no lado nepalês da cordilheira.

A agência oficial de notícias Nova China tem destacado apenas o entusiasmo dos alpinistas com a idéia de levar a tocha até o Everest, a 8,8 mil metros de altitude. Um dos atletas que levarão a tocha à montanha será o tibetano Bemba Dondrup. Os treinamentos para a subida começaram em outubro e envolveram uma equipe formada por tibetanos e chineses. O governo assegura que os protestos dos monges tibetanos não mudarão esses planos.

Tendor Dahortsang, um dos ativistas pró-Tibete, disse que o primeiro protesto ocorrerá amanhã, em Olímpia. Mas garantiu que ele será pacífico. Há 10 dias, o mesmo grupo promoveu um protesto em Olímpia levando sua própria tocha. A polícia foi obrigada a intervir e a apagar a tocha alternativa.

Diante de tantos protestos, o Comitê Olímpico Internacional (COI) adotou a estratégia de silêncio total. Nos bastidores, a esperança é a de que os Jogos Olímpicos ajudem a acelerar as transformações na China.

Enquanto isso, diplomatas, ministros e chefes de Estado estudam se comparecerão ou não à abertura dos Jogos, em agosto.