O governo federal aumentou nesta terça, dia 18, o cerco às certificadoras. A partir de agora, as empresas estão proibidas de fazer qualquer nova inclusão de fazendas no banco de dados do governo, Sisbov. O ingresso de novas propriedades só vai poder ser feito após novas vistorias do Ministério da Agricultura. A ação foi anunciada pelo o Secretário Nacional de Defesa Agropecuária, Inácio Kroetz.

A medida vale por tempo indeterminado e proíbe a livre atuação das certificadoras, empresas responsáveis por fazer o controle de rastreabilidade do gado. Para voltar a incluir novas fazendas, essas empresas vão ter que vistoriar cada uma das propriedades que foram incluídas por elas no banco de dados do governo e apresentar os relatórios da auditoria ao Ministério da Agricultura. Só depois da reavaliação do governo federal é que estas certificadoras vão poder incluir novas fazendas no Sisbov.

– É questão de botar ordem na casa. Ou as certificadoras vão trabalhar de forma correta ou elas caem fora – disse o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes.

O assunto foi discutido na reunião do Conselho Nacional dos Secretários de Agricultura (Conseagri). Os secretários concordaram com os ajustes anunciados pelo governo, mas cobraram ainda novas medidas para retomar a credibilidade do controle do gado.

– Pra frente a gente tem que pensar um modelo mais fácil, mais acessível e mais operacional – disse que a secretaria de Agricultura do Estado de Mato Grosso do Sul, Tereza Cristina Corrêa da Costa.

– Agora não é hora de rever um modelo novo, mas hora de arrumar o que está acordado – respondeu o presidente do Conselho Nacional de Secretários de Agricultura, Gilman Viana.

Os secretários cobraram também do Ministério da Agricultura mais transparência sobre os dados do Sisbov.Eles querem que os Estados tenham autonomia para acessar as informações das propriedades que já estão listadas no banco de dados do governo.

– Sua credibilidade precisa ser retomada e precisamos fazer uma série de ajustes para esse sistema avançar – disse o secretário de Agricultura de São Paulo, João Samapaio.

– Os Estados tem agora que trabalhar e ainda focar nos países fronteiriços como Paraguai e Argentina – ponderou o Secretário de Agricultura do Paraná, Valter Bianchini.

Para Inácio Kroetz, o atendimento aos apelos dos Estados vai depender do treinamento dos funcionários estaduais pelo Ministério da Agricultura antes das auditorias e da certificação serem transferidas aos governadores.

– Cabe a nós pensar o serviço para que ele seja confiável e dê credibilidade. Queremos que o Sisbov seja recuperado. Mas, como se sabe, já foram apontadas inconformidades e cabe a nós apresentar mais medidas, e é isso que estamos fazendo.

Os fiscais passarão por um treinamento de 80 horas com aulas teóricas e práticas em campo. A primeira turma com 200 fiscais, sendo federais e estaduais, começará a ser treinada a partir do próximo dia 31.