| 03/03/2008 23h28min
A torcida do Metropolitano não sabe o que quer. Uma hora, pede a saída de Aldrovani. Outra hora, quer a volta do jogador. Apesar de parecer duvidoso, o pensamento revela o contrário: a torcida sabe sim o que quer. Deseja ver gols (o time ainda não venceu no returno) e associa isso aos atacantes, algo absolutamente natural.
Sem balançar a rede há cinco rodadas, Fábio Buda virou o questionado da vez e pode trocar a camisa 9, titular, pela reserva 17. Ele substituiu o próprio Aldrovani, que errou um pênalti na estréia, contra o Brusque, e perdeu a titularidade depois da partida contra o Criciúma. Nesse jogo, na segunda rodada do turno, Buda entrou, também teve a chance em um pênalti e converteu. Assumiu a posição e voltou a marcar contra Avaí, Marcílio Dias e Juventus. Parou por aí e começou a ouvir críticas.
— Como não estou fazendo gols, é normal que a torcida peça mudanças no ataque. Isso faz parte do futebol. Mas a escolha é do treinador — disse Buda, 25 anos.
O experiente Aldrovani, 35, pode ter ficado no banco, mas não foi esquecido. O momento mais especial ocorreu diante do Figueirense, no Orlando Scarpelli, quando ele marcou o único gol verde no empate em 1 a 1 e reconquistou os torcedores — na rodada seguinte, havia faixas com o nome "Aldrogol" no estádio Augusto Bauer.
No último domingo, contra o Criciúma, ele marcou novamente. Foi o segundo dele pelo Metrô e o 496º da carreira. O atacante ainda perdeu um gol que poderia ter dado o empate ao Verdão, mas nem por isso perdeu crédito com a torcida.
— Fico muito feliz em ter o carinho dos torcedores e saber que eles querem minha volta. Eles pediram por mim nos jogos, entrei contra o Brusque e sofri o pênalti, e agora fiz gol contra o Criciúma. Mas quem decide é o treinador e não quero atropelar as coisas — afirmou.
O técnico Cesar Paulista respeita a opinião que vem das arquibancadas, mas reafirma o que os jogadores já sabem e garante que não é (nem será) influenciado. Ele até admite a possibilidade de colocar Aldrovani como titular na partida contra o Cidade Azul, domingo, mas não por pressão de alguém.
— Quem escala sou eu. Assim como optei pela saída do Aldrovani, posso mudar. Não existe essa de titular absoluto. Nem Ronaldinho tem lugar certo no Barcelona — disse.
Além disso, ele lembra que há outros atacantes no time, só a espera de uma oportunidade. Além de Pablo e Renato, Vitor Hugo, que é meia, também atua na posição.
Intervalo em boa hora
A semana sem jogo do Catarinense na quarta-feira veio em boa hora para o Metropolitano. O time vinha de uma seqüência de cinco rodadas sem intervalo e não era raro ver os jogadores reclamando de cansaço. Nesta segunda-feira, o dia foi de folga e somente quem está no departamento médico deu continuidade à recuperação.
Mesmo assim, não foi sacrifício. A semana inteira pela frente anima quem trabalha para voltar ao time, como o volante Jean, que já ficou no banco na partida contra o Criciúma. O lateral Morisco ainda depende de uma avaliação, mas pode se recuperar a tempo de voltar contra o Cidade Azul, domingo.
— Estávamos precisando de uma folga para recuperar a parte física. A partir de agora, só vou colocar quem realmente tiver condições de jogar os 90 minutos — afirmou o técnico Cesar Paulista.
O zagueiro Rafael e o lateral Joaquim vão demorar mais a voltar, mas até para eles a folga apareceu em boa hora. Assim, o campeonato não "voa" e eles mantém a esperança de atuar em mais jogos.
O caso mais grave é de Rafael, que operou o joelho na última quinta-feira e só deve voltar dia 30, na oitava rodada, contra o Juventus. Ele só usou muletas quando deixou o hospital e agora já caminha normalmente.
— Não consigo dobrar totalmente o joelho, mas estou animado com a recuperação. Estou me dedicando muito para voltar o mais rápido possível — disse o zagueiro, que faz três sessões diárias de fisioterapia.
Contra o Criciúma, Aldrovani marcou o segundo pelo Metrô e o 496º da carreira
Foto:
Patrick Rodrigues