O titular da 123ª DP (Macaé), Daniel José Gomes, começa a ouvir nesta quinta depoimentos de pessoas envolvidas no acidente com o helicóptero que estava a serviço da Petrobras. Segundo o delegado, o inquérito foi aberto na quarta-feira. No acidente, três pessoas morreram, duas continuam desaparecidas e 15 foram resgatadas com vida e estão internadas, segundo informações do G1.

O delegado informou que na investigação sobre as causas do acidente serão ouvidas todas as pessoas que tenham qualquer tipo de relação com o caso.

— Vamos ouvir sobreviventes, testemunhas, funcionários das empresas e a perícia. Não me lembro quem prestará depoimento hoje, mas ouviremos todos ao longo do inquérito — disse ele.

Resgate de dois corpos 

O Instituto Médico Legal (IML) de Macaé confirmou, na manhã desta quinta, que os dois corpos que ainda estavam no helicóptero que sofreu um acidente na terça já foram resgatados. Segundo o Instituto, um deles chegou ao IML na tarde de quarta e pertence ao funcionário da De Nadai Serviços de Alimentação, Durval Barros da Silva. O corpo já foi liberado pelo instituto.

O IML informou que outro corpo deu entrada na madrugada desta quinta. Ele também estava preso ao helicóptero, no fundo do mar. A vítima, que ainda não foi identificada, passará por necropsia.

O IML explicou, ainda, que aguarda a chegada de funcionários da Petrobras na manhã desta quinta para que seja feita a identificação.

A Petrobras informou nesta quinta que as buscas pelas outras duas pessoas desaparecidas continuam e que não medirá esforços para encontrá-las. Entre os desaparecidos, segundo a empresa, está o piloto Paulo Roberto Calmon, que tem 20 anos de vôos na região.

A assessoria do Hospital da Unimed, em Macaé, informou que os 15 feridos resgatados estão internados na unidade. Ainda não foi divulgado um boletim sobre o estado de saúde deles nesta quinta, mas a assessoria informou que ninguém corre risco de morrer.

Vítima foi enterrada

O corpo de Marcelo Manhães dos Santos foi enterrado na quarta em Rio das Ostras, na Região dos Lagos. Ele trabalhava para uma empresa de engenharia, terceirizada da estatal. Marcelo estava com outras 19 pessoas a bordo do helicóptero Super Puma da empresa BHS Táxi Aéreo. A aeronave, que saiu da plataforma P-18, no Campo de Marlim, na Bacia de Campos, no Norte Fluminense, fez um pouso forçado em alto-mar e começou a afundar em algumas horas.

A Petrobras afirmou, durante coletiva na quarta, que uma comissão interna acompanha as investigações da polícia, da Marinha e da Aeronáutica. A direção da estatal acredita que tenha ocorrido falha mecânica.

Documentos em dia

De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a aeronave estava com o documento da inspeção anual em dia. O seguro e a habilitação do piloto também estavam válidos. A Petrobras informou que suspendeu as operações com dois helicópteros do mesmo modelo até que eles sejam reavaliados pelos fabricantes.

BHS lamenta o acidente

Em nota oficial, a empresa BHS informou que "lamenta profundamente o acidente ocorrido na Bacia de Campos com um dos seus helicópteros". Segundo a empresa, a maior preocupação tem sido o resgate das vítimas e a assistência aos seus familiares. A BHS declarou ainda seu compromisso na prestação das informações que possam contribuir com as investigações do acidente.