| 16/02/2008 06h10min
O novo técnico do Grêmio, Celso Roth, é um velho conhecido da torcida. O gaúcho de Caxias do Sul esteve no comando do vestiário em duas oportunidades — em 1998 e em 2000. Você lembra das partidas de estréia de Roth no Grêmio?
Em 1998, o clube vinha de três derrotas e era um dos lanternas do Campeonato Brasileiro. Tinga ainda era uma promessa com a camisa tricolor e o ataque tinha Zé Alcino e Guilherme. A curiosidade está em Rodrigo Mendes, jogador do grupo atual que trabalhou com Roth na ocasião.
A primeira escalação de Roth foi: Danrlei; Walmir, Rivarola, Scheidt e Roger; Djair (Tinga), Fabinho, Luiz Carlos Goiano e Palhinha (Rodrigo Mendes); Zé Alcino (Itaqui) e Guilherme.
Abaixo, as opiniões dos colunistas de Zero Hora no dia 10 de agosto de 1998. Ao lado, links para as reportagens da segunda estréia de Roth, em agosto de 2000.
Ruy Carlos
Ostermann
O Grêmio saiu do nada absoluto, depois de 270 minutos, e levou
um ponto valioso do Paraná. O primeiro em 12, na estréia de Celso Roth. Não é possível examinar o Grêmio de Roth, um técnico historicamente perseguido pelos empates, porque ele não existe. A herança de Edinho é pesada, a de Lazaroni é uma tonelada. Roth é melhor do que os dois, somados, mas precisa de tempo e o tempo é curto.
No vestiário barulhento, Roth terá o auxílio do olhar prussiano de Adalberto Preis, dirigente de cepa diferenciada. Os dois viram ontem, contra o Atlético (0 a 0), algo que já deviam estar observando. Que um lado direito que une Valmir, Palhinha e Zé Alcino não soma nada. Diminui, num time com o pé no abismo.
Palhinha foi trocado por Beto. A notícia era boa. Deixou de ser quando Palhinha começou a tocar na bola e perdes gols como muitos poucos. Piora quando ninguém consegue achar um lugar para o jogador entre os 11 titulares. Palhinha jogou muita bola no São Paulo, legítimo atacante, jogou um pouco menos no Cruzeiro, atacante puro, e não está
vendo a cor dela no Grêmio,
onde ainda não achou sua função. Neste ritmo irregular, acaba no banco. Vira opção de jogo no meio do segundo tempo.
Paulo Roberto Falcão
Pelo que ouvi do jogo do Grêmio, Celso Roth fez o que se esperava: arrumou o sistema defensivo, resistiu ao ímpeto inicial do Atlético-PR e partiu para cima no segundo tempo. A tendência é que o Grêmio comece a acumular pontos e saia da péssima situação em que se encontra. Quarta, porém, o adversário é o Juventude, que também já busca reabilitação.
Wianey Carlet
O Grêmio foi melhor do que o Atlético mas só conseguiu levar um ponto. Zé Alcino foi o único atacante a concluir contra o gol adversário. Só ele poderia perder gols, como perdeu, já que Guilherme, centroavante, apenas fez de conta que jogou e ainda assim muito recuado. O Grêmio teve três jogadores com atuações muito fracas: Walmir, Palhinha e Guilherme, mas apenas Palhinha não
terminou o jogo. As idéias de Celso Roth já começaram a aparecer.
Defensivamente, o Grêmio foi forte e convincente. Do meio para a frente é que se mantiveram as dificuldades. Tinga entrou no segundo tempo e melhorou o ataque. Já está merecendo a situação de titular. Celso Roth terá muito trabalho pela frente, começando por fazer jogar alguns medalhões que só se mantém pelo nome.