| 14/02/2008 16h05min
O governo brasileiro entregou nesta quinta, dia 14, à Comissão Européia uma nova lista ampliada, aptas a vender carne bovina para a Europa. O objetivo dos técnicos do Ministério da Agricultura é convencer os europeus a retomar, aos poucos, as compras do produto brasileiro, suspensas no início desse mês por causa de irregularidades na rastreabilidade do gado nacional. Parlamentares e lideranças do setor privado, porém, defendem ajustes na estratégia de negociação.
A declaração do ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, de que o Brasil vendeu carne bovina sem controle à Europa levou parlamentares e lideranças do setor a cobrar ajustes imediatos no sistema de rastreabilidade bovina. O presidente da Comissão de Pecuária de Corte da Câmara dos Deputados, deputado Luis Carlos Setim (DEM/PR), acha que a lista imposta pela União Européia, mesmo se ampliada, vai continuar limitando a atuação do setor pecuário.
– O que somos contra é com essa limitação –
disse o deputado.
Paulo Mustefaga, consultor da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e analista do mercado pecuário também concorda. E defende uma posição mais ofensiva do governo brasileiro. Segundo ele, a boa fase do mercado pecuário com outros países e a qualidade da carne brasileira mais o aumento da fiscalização por parte do governo vão evitar que outros mercados adotem a mesma atitude dos europeus de barrar as carnes brasileiras.
O setor que representa os pecuaristas reconhece que há falhas em todos os elos da cadeia produtiva de carnes. E que o Brasil vai ter que fazer ajustes internos se quiser ganhar a confiança do mercado internacional.
Enquanto o setor discute soluções para a pecuária, parte do Congresso Brasileiro já fala em apelar ao Parlamento Europeu. Um grupo de deputados pretende convencer a presidência da Câmara a levar parlamentares à Europa. A idéia é ganhar o apoio dos consumidores europeus, que estão pagando mais caro pela
carne, como forma de derrubar as
barreiras impostas ao mercado brasileiro.
Para o presidente da Comissão de Agricultura do Senado Federal, o Senador Nelto de Conto (PMDB/SC), só negociações não resolvem as urgências do setor.
CANAL RURAL